7.3.12

Gastão Cruz: "Memória"




Memória

A voz rouca da noite exprime a nossa
memória poderia dizer a
nossa história mas evito

o que possa
anular o sentido
do que procuro manter vivo




CRUZ, Gastão. Observação do verão. Lisboa: Assírio & Alvim, 2011.

4 comentários:

  1. Memória

    Amar o perdido
    deixa confundido
    este coração.

    Nada pode o olvido
    contra o sem sentido
    apelo do Não.

    As coisas tangíveis
    tornam-se insensíveis
    à palma da mão

    Mas as coisas findas
    muito mais que lindas,
    essas ficarão.

    (Carlos Drummond de Andrade)

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  2. Cicero,


    belo!

    Um poema que fiz para você:


    "palavra" - Para Antonio Cicero.


    alegr(a-me a
    palavra)
    sem rédea.

    palavra?
    concede-a
    ao ver-

    so: ver-
    se a vida
    por ela,

    sortida,
    singela,
    sem rédea.


    Abraço forte,
    Adriano Nunes

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  3. Muito obrigado, Adriano! Muito bonito!

    Abraço

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  4. Interessante, o corte da palavra "memória" do primeiro verso acaba resignificando-o, como se a voz rouca da noite fosse também a nossa... Essas belas nuanças só um poema pode oferecer, não é?

    Evoé Cícero !

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