17.10.11

Marcel Proust: de "Du côté de chez Swann"

Observação de Swann, em conversação:

"O que lamento nos jornais é que nos fazem prestar atenção todos os dias a coisas insignificantes, enquanto lemos três ou quatro vezes na vida os livros em que há coisas essenciais".




PROUST, Marcel. "Du côté de chez Swann". In:_____À la recherche du temps perdu, vol.1. Paris: Pléiade, 1964.

5 comentários:

  1. Cicero,


    Este é o poema definitivo:


    "a palavra bruta" - Para João Cabral de Melo Neto



    essa brusca busca,
    pesada, à procura
    do nada, a palavra
    feito brasa, pura,
    por que mais se ofusca

    quando a quero, justa-
    mente à frente, cúmplice
    do tempo, pensada,
    feito chama, augusta,
    súdita, em rascunho,

    quando a quero, justa-
    posta, rente, pública,
    sem entrave, súbita
    tal faísca, mágica,
    sem mancha, rasura?

    por que me seduz
    essa estranha luz,
    inefável mundo -
    a palavra bruta -
    pra lançar-me à culpa-

    lapso, sobre tudo?
    o olvido profundo
    de si - qual palavra
    intacta - sem justa-
    posição, que assusta.

    essa única luta,
    penada, à procura
    do nada, a palavra
    feito bruma, plúmbea,
    por que mais se oculta

    quando a quero, justa-
    posta, à frente, múltipla,
    moderna, moldada,
    feito charge, avulsa,
    sulfúrica, súplica,

    quando a quero, justa-
    mente, réstia, púrpura,
    sem estorvo, supra-
    sumo, sonho, sútil,
    sem mácula, adubo?

    a que me conduz
    essa estranha luz,
    infindável mundo -
    a palavra bruta -
    pra lançar-me ao surto-

    eclipse, sob tudo?
    o olvido profundo
    de si - qual palavra
    inútil - sem justa-
    posição, me assusta.


    Abração,
    Adriano Nunes

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  2. Que 'tudo' esse comentário!!! Tanta inutilidade nos jornais...

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  3. Cícero,
    Isso nada tem a ver com a postagem.
    Eu comprei a antologia do Vinícius organizada por você e o Eucanaã, e senti falta do poema Copacabana.
    Ele deixou de entrar no livro por uma avaliação estética ?
    Abraço,
    JR.

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  4. João Renato,

    sim. Os poemas foram todos escolhidos por uma avaliação estética. Mas nenhuma seleção particular satisfará a todo o mundo, e suponho que você não concorde com a nossa avaliação de "Copacabana".

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  5. Por isso há muito troquei os jornais pelos (bons) livros..

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