8.8.11

Alain: de "Propos de littérature"




Quando um poeta lhe parecer obscuro, procure bem, e não procure longe. Não há de obscuro aqui senão o maravilhoso encontro do corpo e da ideia, que opera a ressurreição da linguagem.


ALAIN. Propos de littérature. Paris: Gonthier, 1964.

4 comentários:

  1. O poeta concomitantemente em corpo e ideia num poema. Certeiro!

    Um poema que escrevi:


    por que lavou tanto suas mãos?
    chegaram para mim tão lisas
    quis tanto sentir o leve áspero
    de tudo que em suas mãos tem

    por que lavou tanto o pescoço?
    chegou para mim perfumado
    quis tanto respirar o odor
    de tudo que em sua pele tem

    não esperei de você o impuro
    nem aspirar de seu ar puro
    queria apenas sentir o próprio
    de tudo que em seu corpo tem

    Um abraço.
    Jefferson.

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  2. Um poema para a apreciação de Antônio Cícero, que me encanta sempre:

    A música do meu coração.
    A música silenciosa das madrugadas.
    A música que inexiste nos canteiros surdos, na primeira vez que eu ouvi o teu nome, em teu nome, em tudo que foi destruído.
    A música que, separada em partes, deixou de ser música.
    A música que não escutas e os silêncios que a compõe: meu medos, meu grande medo sombrio, esse desabafo.
    A música que paira imóvel, depois do grande salto.
    A música que eu e tu não esquecemos, que os outros desconhecem, que talvez seja uma alucinação.
    A música do meu coração cansado, partido, que não tem aonde ir.
    A música toca a mim, em mim, ou no mundo inteiro?

    Abraço,

    Cláudia.

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