BLOG DE ANTONIO CICERO:
poesia, arte, filosofia, crítica, literatura, política
8.8.11
Alain: de "Propos de littérature"
Quando um poeta lhe parecer obscuro, procure bem, e não procure longe. Não há de obscuro aqui senão o maravilhoso encontro do corpo e da ideia, que opera a ressurreição da linguagem.
ALAIN. Propos de littérature. Paris: Gonthier, 1964.
Um poema para a apreciação de Antônio Cícero, que me encanta sempre:
A música do meu coração. A música silenciosa das madrugadas. A música que inexiste nos canteiros surdos, na primeira vez que eu ouvi o teu nome, em teu nome, em tudo que foi destruído. A música que, separada em partes, deixou de ser música. A música que não escutas e os silêncios que a compõe: meu medos, meu grande medo sombrio, esse desabafo. A música que paira imóvel, depois do grande salto. A música que eu e tu não esquecemos, que os outros desconhecem, que talvez seja uma alucinação. A música do meu coração cansado, partido, que não tem aonde ir. A música toca a mim, em mim, ou no mundo inteiro?
O poeta concomitantemente em corpo e ideia num poema. Certeiro!
ResponderExcluirUm poema que escrevi:
por que lavou tanto suas mãos?
chegaram para mim tão lisas
quis tanto sentir o leve áspero
de tudo que em suas mãos tem
por que lavou tanto o pescoço?
chegou para mim perfumado
quis tanto respirar o odor
de tudo que em sua pele tem
não esperei de você o impuro
nem aspirar de seu ar puro
queria apenas sentir o próprio
de tudo que em seu corpo tem
Um abraço.
Jefferson.
Muitas vezes a obscuridade está em nós.
ResponderExcluirUm poema para a apreciação de Antônio Cícero, que me encanta sempre:
ResponderExcluirA música do meu coração.
A música silenciosa das madrugadas.
A música que inexiste nos canteiros surdos, na primeira vez que eu ouvi o teu nome, em teu nome, em tudo que foi destruído.
A música que, separada em partes, deixou de ser música.
A música que não escutas e os silêncios que a compõe: meu medos, meu grande medo sombrio, esse desabafo.
A música que paira imóvel, depois do grande salto.
A música que eu e tu não esquecemos, que os outros desconhecem, que talvez seja uma alucinação.
A música do meu coração cansado, partido, que não tem aonde ir.
A música toca a mim, em mim, ou no mundo inteiro?
Abraço,
Cláudia.
Muito obrigado, Cláudia!
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