1.7.11

Angela Melim: "Não sinto"




Não sinto
(muito mais)
falta
nem saudade.

Estou tomando gosto das coisas.

Figuras e linguagem.

Uma laranja
diminutivo
sopinha quente
um sorriso
uma boa chuveirada.

O verão!
Como é colorido.
Super.

O Rio de Janeiro.
Uma viagem.
Contradições. Sinônimos.

Que boa a mão da idade.



MELIM, Angela. "Não sinto". In: FÉLIX, Moacir. 41 poetas do Rio. Rio de Janeiro: Funarte, 1998.

6 comentários:

  1. Cicero,

    Belo!

    Um poema:

    ‎"liame estreito" - Para Régis Bonvicino

    o verso, mesmo
    dentro do tempo,
    não tem momento:
    vem quando quer

    dar-me sossego.
    quando não quer,
    finge qualquer
    problema sério

    e some, certo
    de que o meu ser
    a vida segue.
    às vezes, sente

    que é parte de
    minha genética e
    logo regressa...
    há meses, tento

    mantê-lo preso
    à consciência e
    ao que desejo.
    então, percebo o

    liame estreito
    entre as ideias,
    a folha e o preço
    pago: somente

    um rastro, espectro
    de ilusão, resta.
    agora quer
    deixar-me alegre

    com seu regresso
    mágico. o verso,
    que tanto quer?
    que tanto pesa?




    Abração,
    Adriano Nunes.

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  2. Olá, Círcero. Gostei do belo poema.

    Talvez não lembre de mim. Tive duas aulas com você na Especialização de Literatura Brasileira da UERJ. Aulas sobre Drummond e Pessoa.

    No final da aula sobre Pessoa (você nos disse que, até algum tempo, Pessoa tinha mais reconhecimento no Brasil do que em Portugal), perguntei se haveria algum caso de um escritor/poeta brasileiro que tivesse mais reconhecimento em Portugal do que no Brasil.

    Há, de fato, algum outro caso com essa complexidade ou Pessoa é um caso único nesse sentido? Aguardo sua resposta.

    Ps: tive que deixar essa mensagem aqui, pois não tenho seu e-mail.

    Abraço!

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  3. Caro Dio,

    claro que me lembro tanto de você quanto da sua pergunta. O problema é que realmente não sei a resposta. Não sei se há um escritor brasileiro mais conhecido e apreciado lá do que aqui.

    Abraço

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  4. De novo o tempo...no Rio, o melhor é andar até a Vieira Souto (calçadão) e fechar os olhos por 1 minuto...é o deserto.

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