25.1.11
Deus ex machina
Como Marcello Jardim mencionou Ícaro no comentário ao último post, resolvi publicar um dos poemas que fiz em torno dele:
Deus ex machina
Farei ainda mais um decassílabo
e mais um soneto e ainda por cima
invocarei, só por questão de rima,
figuras mitológicas, feito Ícaro,
cativo do labirinto que Dédalo,
seu pai, artífice também das asas
que brindariam ao filho, bipétalo,
seu mergulho no azul, arquitetara.
Dédalo explicou a precariedade
do artefacto de papel e casqueira,
geometria mística e goma-arábica
solúveis ao sol. Mas agora é tarde
e rasga a geringonça o céu à beira
do nada
                seu destino
                                  sua dádiva
CICERO, Antonio. A cidade e os livros. Rio de Janeiro: Record, 2002; e Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2006.
Ícaro de mel
ResponderExcluirde papel de fel
Ícaro colado
em forma e conteúdo.
Muito bom te ler em soneto e decassílabo ou em versos brancos.
Carmen.
" A angústia descobre o destino " Kierkegaard.
ResponderExcluirCicero,
ResponderExcluirgrande soneto. e um dos teus melhores poemas - eu acho.
bj grande e saudades,
F.
Sensacional o soneto!Sorte a minha ter-lhe despertado a lembrança de um poema tão interessante.
ResponderExcluirA leveza do soneto em meio ao trabalho poético surpreende. Lindo mesmo.
ResponderExcluirUm abraço.
Jefferson.