3.12.10

Salvatore Quasimodo: "S'ode ancora il mare" / "Ouve-se ainda o mar": trad. de Geraldo Holanda Cavalcanti





Ouve-se ainda o mar

Há muitas noites ouve-se ainda o mar
que, leve, sobe e desce a lisa areia.
Eco de uma voz na mente aprisionada
que do tempo remonta: e mesmo este
lamento assíduo de gaivotas: dos
pássaros das torres, talvez, que abril
impele para as campinas. Outrora,
comigo estavas aqui com tua voz;
e eu quisera que a ti também voltasse
de mim, agora, um eco de memória,
como esse escuro murmúrio de mar.


S'ode ancora il mare

Già da più notti s'ode ancora il mare,
lieve, su e giù, lungo le sabbie lisce.
Eco d'una voce chiusa nella mente
che risale dal tempo; ed anche questo
lamento assiduo di gabbiani: forse
d'uccelli delle torri, che l'aprile
sospinge verso la pianura. Già
m'eri vicina tu con quella voce;
ed io vorrei che pure a te venisse,
ora, di me un'eco di memoria,
come quel buio murmure di mare.



QUASIMODO, Salvatore. "Giorno dopo giorno". Poesias. Edição bilingue. Tradução de CAVALCANTI, Geraldo Holanda. Rio de Janeiro: Record, 1999.

2 comentários:

  1. Enigma

    Lá estão as flores
    E a passos lépidos
    A borboleta adaptada
    Colorido enigma
    Seu estigma
    Amar a madrugada
    Quiçá
    Nalgum lugar diante do mar
    Eu possa enfim te encontrar.

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  2. Cicero,


    Lindo! O Geraldo Holanda é o mais novo imortal, certo?


    Abração,
    A. Nunes.

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