13.11.10

Paulo Henriques Britto: "Súcubo"




SÚCUBO

A lucidez de certos sonhos
que nem parecem ser reais,
tal como faz a realidade.

Entra-se neles de repente,
não no começo, sem saber
de onde se vem e aonde se vai,

e pouco a pouco dá-se conta
de que há um sentido nisso tudo,
só que não está ao nosso alcance,

e quando menos se imagina
tudo termina de repente,
tal como faz a realidade.




BRITTO, Paulo Henriques. Macau. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

5 comentários:

  1. Ser poeta
    ser louco

    Homem entre destinos
    Caminho de muitos caminhos

    Enquanto morte,
    Ser de todos,
    encaixo-me...
    no poema, súcubo.

    Um beijo

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  2. Cicero,


    Muito belo! Como todo o livro "Macau".


    Adriano Nunes.

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  3. Que legal!!

    Paulo Henriques Britto é um dos meus poetas favoritos...

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  4. Todas as manhãs
    aquele pássaro canta
    A canção do bom dia
    Bom dia!
    Cada fim tem um começo
    Qual será aquele que desconheço
    Belo, elo
    Vero, vero
    Elo, belo
    A canção que o pássaro canta
    E me encanta
    Um belo dia não vou mais ouvir
    A canção que o pássaro canta
    Outra canção vai existir
    E outro pássaro há de vir.

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  5. Excelente este poema.
    Já li o livro Macau, de Paulo Henriques Brito, que em Portugal foi editado, na colecção POESIA ULISSEIA, pela editora Babel.

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