17.11.10
Hokusai: "Desde seis anos..."
Desde seis anos, tenho mania de desenhar as formas das coisas. Aos cinquenta anos, eu tinha publicado uma infinidade de desenhos, mas nada do que fiz antes dos setenta anos vale a pena. Foi aos setenta e três que compreendi mais ou menos a estrutura da verdadeira natureza dos animais, das árvores, das plantas, dos pássaros, dos peixes e dos insetos.
Consequentemente, quando eu tiver oitenta anos, terei progredido ainda mais; aos noventa, penetrarei no mistério das coisas. Com cem anos, serei um artista maravilhoso. E quando eu tiver cento e dez, tudo o que eu criar: um ponto, uma linha, tudo será vivo.
Peço aos que viverem tanto quanto eu que vejam como cumpro minha palavra.
Escrito na idade de sete e cinco anos por mim, outrora Hokusai, hoje Gwakio Rojin, o velho louco pelo desenho.
Cicero,
ResponderExcluirBelíssimo! Grato por compartilhar!
Adriano Nunes.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue coisa mais bonita...
ResponderExcluirFiquei emocionada com a beleza do texto.
ResponderExcluirObrigada!
Caro Cícero,
ResponderExcluirAceite
o agradecimento brotando:
http://o-pastoreio.blogspot.com/2010/05/vamos-ver.html
que texto maravilhoso!
ResponderExcluiragradecido.
Dado
Cicero,
ResponderExcluirainda a propósito deste texto, transcrevo aqui um trecho de entrevista de Leminski:
"Aos dezessete anos, todo mundo é poeta. Junto com as espinhas na cara, todo mundo faz poesia. Homem, mulher, todo mundo tem seu caderninho lá dentro da gaveta, e tem os seus versinhos que ele joga fora ou guarda como mera curiosidade. Ser poeta aos 17 anos é fácil. Eu quero ver alguém continuar acreditando em poesia aos 22 anos. Aos 25 anos. Aos 28 anos. Aos 32 anos. Aos 35 anos. Aos 40 anos. Aos... eu tô com 41. Aos 45 anos. Aos 50, aos 60 anos. Até a gente encontrar um poeta, por exemplo, como Drummond, ou como o admirável Mário Quintana, que são poetas que estão fazendo poesia há mais de 60 anos."
Um abraço,
Dado