24.6.10
Jaime Gil de Biedma: "De vita beata"
De vita beata
En un viejo país ineficiente,
algo así como España entre dos guerras
civiles, en un pueblo junto al mar,
poseer una casa y poca hacienda
y memoria ninguna. No leer,
no sufrir, no escribir, no pagar cuentas,
y vivir como un noble arruinado
entre las ruinas de mi inteligencia.
De vita beata
Num velho país ineficiente,
algo assim como a Espanha entre duas guerras
civis, num povoado junto ao mar
possuir uma casa e poucos bens
e memória nenhuma. Não ler,
não sofrer, não escrever, não pagar contas,
e viver como um nobre arruinado
entre as ruínas de minha inteligência.
GIL DE BIEDMA, Jaime. Poemas póstumos. Madrid: Poesía Para Todos, 1968.
“Enquanto os discursos filosóficos que produzo para mim mesmo ou que ouço de terceiros, afora a suspeita de serem de algum proveito, dão-me imensa alegria, com discursos doutros temas, especialmente, os teus, esses dos ricos (plousiôn) e dos que tratam de dinheiro (chrêmatistikôn), a mim mesmo me irrito e de vocês me apiedo, meus companheiros, que suspeitam algo produzir (poiein), quando nada produzem. De seu lado, crêem-me ser um mal-afortunado (kakodaimona), e suspeito que a suspeita de vocês seja verdadeira. Quanto a vocês, não suspeito, eu bem sei” {Platão, Symposium, 173c-d}.
ResponderExcluirCícero,
ResponderExcluirMuito triste e bonito, sobretudo o "memória nenhuma".
Lembrou-me o lied de Mahler "Ich bin der Welt abhanden gekommen".
Abraço,
JR.
A lua
ResponderExcluirA lua
Que não se deita
E que aceita
Olhares concupisciosos
É bela, linda
Em todas as estações
Figura leve
Na proa
Dos nossos corações.
DELÍCIA DE POEMA!!!
ResponderExcluirbeijO!
Primoroso!
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