23.1.10
Friedrich Hölderlin: "Sonnenuntergang" / "Pôr de sol": tradução de Manuel Bandeira
Pôr de Sol
Onde estás? A alma anoitece-me bêbeda
De todas as tuas delícias; um momento
Escutei o sol, amorável adolescente,
Tirar da lira celeste as notas de ouro do seu [canto da noite.
Ecoavam ao redor os bosques e as colinas;
Ele no entanto já ia longe, levando a luz
A gentes mais devotas
Que o honram ainda.
Sonnenuntergang
Wo bist du? trunken dämmert die Seele mir
Von aller deiner Wonne; denn eben ist's,
Dass ich gelauscht, wie, goldner Tone
Voll, der entzückende Sonnenjüngling
Sein Abendlied af himmlischer Leier spielt’;
Es tönten rings die Wälder und Hügel nach.
Doch fern ist er zu frommen Völkern,
Die ihn noch ehren, hinweggegangen.
HÖLDERLIN, Friedrich. "Gedichte 1796-1799". Sämtliche Werke und Briefe. München: Carl Hanser, 1970.
Tradução:
BANDEIRA, Manuel. "Poemas traduzidos". Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1966.
Cicero,
ResponderExcluirQue maravilhoso poema! Que linda tradução! Grato!
Um poema recente:
"O que o Senhor me diz?"
Doutor, que madrugada
Aquela! Transa louca,
Tara a mil, razão pouca,
Preservativo nada,
Que presente! Nem sei
Quem era a bela, se era
Quem era ou se uma fera
Nessa esfera sem lei.
Dizem que é gonorreia,
O que o Senhor me diz?
(Uns vinte anos. Que ideia
A minha!) Juventude
Sem cabeça e feliz.
Tive que ser bem rude.
Grande abraço,
Adriano Nunes.
Ao amanhecer as aves que dormem ao relento
ResponderExcluirSorriem
Embarcam no primeiro vôo
Sobrevoando os paralelepípedos encharcados d`água
Ao som das goteiras
Voam na levada
Atrás da sua amada
Vão pelo caminho
Fazendo seu próprio ninho.
lindo poema!!
ResponderExcluirhá pouco, no "prosa em poema", postei umas linhas do manuel.
estes versos de hölderlin sempre me lembram djavan: "eu quero ver o pôr do sol / lindo como ele só".
adorei!!
beijão, bonitão (rs)!!
Um poema de Manuel Bandeira:
ResponderExcluirGuimarães Rosa
Não permita Deus que eu morra
Sem que ainda vote em você;
Sem que, Rosa amigo, toda
Quinta-feira que Deus dê,
Tome chá na Academia
Ao lado de vosmecê,
Rosa dos seus e dos outros,
Rosa da gente e do mundo,
Rosa de intensa poesia,
De fino olor sem segundo:
Rosa do Rio e da rua,
Rosa do sertão profundo!