O meu avô acreditava em cinco coisas.
Eu só acredito em duas.
RODRIGUES, Daniel Maia-Pinto. "O meu avô acreditava em cinco coisas". De
Malva 62, 2005. In:
Poemas portugueses. Antologia da poesia portuguesa do século XIII ao século XXI. Seleção, organização, introdução e notas de Jorge Reis-Sá e Rui Lage. Porto Editora: 2009.
Cícero,
ResponderExcluirgostei muito deste poema. É seco, incisivo. Segue aí um meu.
EM ATRASO (Victor Colonna)
O tempo se divide rapidamente:
O futuro me passa para trás
E só resta o passado pela frente.
A vida exige minha presença
E eu respondo:
Ausente!
o meu avô teria hoje 79 anos, foi colega de Mario de Andrade, e nos anos 80, se encantou com Cazuza: - para esse menino tudo pode!
ResponderExcluirmeu filho não acreditará em nada.
ResponderExcluirBom Dia, Cicero!
ResponderExcluirSegue um poema que escrevi:
retirar-se do perigo
dos abismos
das doenças
dos dragões
nada tem a ver com salvar.
livrar-se do maldito
dos cinismos
das crenças
dos ladrões
nada tem a ver com salvar.
salvar é acariciar o indesejável
brincar no meio da rua
desejar todos os sexos
ou ainda
viver o remédio como
se vive a moléstia.
comer a hóstia como
se bebe vinho.
ou ainda
ser preto no branco
como sal entre areia escura
salvar é deixar em ruína
tudo que é seu tempo.
é deixar em silêncio
o som nos tímpanos.
(Jefferson)
Cicero,
ResponderExcluirEu creio em uma: na razão!
Meu poema mais recente:
"Confortam-me as ondas" - Para Antonio Cicero.
Saudade do mar,
Dessa vida aberta
A todo horizonte,
Dessa vista atenta
A tudo: Sereias,
Surfistas, faróis.
Confortam-me as ondas
Das rádios, ruídos
De sirenes, rastros
De seres que passam.
Que agora se diga
Do gosto de sal
À língua: que fiz
Dos versos na areia
Da praia do sonho?
Grande abraço,
Adriano Nunes.
Obrigado, Adriano, por me dedicar mais um belo poema.
ResponderExcluirAbraço
Não sei se teria a audácia de escrever um poema assim...
ResponderExcluirGrande abraço!
Pus-me a contar e também só acredito em duas.
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