26.11.09

Camilo Pessanha: "Inscrição"




Inscrição

Eu vi a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida e inerme.
Ó! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme...



PESSANHA, Camilo. Clepsidra. Estabelecimento de texto, introdução e notas por Paulo Franchetti. Lisboa: Relógio d'Água, 1995.

4 comentários:

  1. ...aquele que«ensinou a sentir veladamente» e nisso foi mestre já, na sequência de tantos outros, sentia a desgraça de Nobre-amigo, que tristeza ter nascido em Portugal - e , de entre muitos outros, Camões, ao falar da «asutera, apagada e vil tristeza».E quando será a hora ansiada por António Vieira, pelo Bandarra ou pelo Pessoa da Mensagem?
    Ruy Belo, esse, dizia que só gostava de Portugal porque fora aqui que vira primeiro o sol e o mundo (as palavras não são estas, mas a ideia é).
    Como poderíamos não ser um pa+ís do fado?
    Abraço

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  2. Sempre que venho aqui e leio tanto, penso sobre você isso que escrevo abaixo:


    Do que não tem graça
    Nada acho
    E guardo para mim a des-graça
    Falo porque creio
    E isto posto
    Vou aqui logo a este ponto
    Final

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  3. Manhã
    Sinos da igreja, nostálgicos
    Ecos da infância perdida
    Em labirintos e panos mágicos
    Oh, doce aurora
    Não me perca
    Que além da cerca
    Há um caminho, um hino
    E uma luz sobre a montanha
    Por sobre a chuva
    Que nos banha.

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