BLOG DE ANTONIO CICERO:
poesia, arte, filosofia, crítica, literatura, política
19.8.09
O país das maravilhas
O PAÍS DAS MARAVILHAS
Não se entra no país das maravilhas pois ele fica do lado de fora, não do lado de dentro. Se há saídas que dão nele, estão certamente à orla iridescente do meu pensamento, jamais no centro vago do meu eu. E se me entrego às imagens do espelho ou da água, tendo no fundo o céu, não pensem que me apaixonei por mim. Não: bom é ver-se no espaço diáfano do mundo, coisa entre coisas que há no lume do espelho, fora de si: peixe entre peixes, pássaro entre pássaros, um dia passo inteiro para lá.
CICERO, Antonio. A cidade e os livros. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Boa noite, Cícero. Coincidência, há umas duas semanas recebi este teu poema de uma amiga e muito me tocou, tanto que o certamente o colocaria em uma antologia dentre os melhores de língua portugesa que já li. Agora vc nos brinda com ele nesta postagem, duplamente, nas palavras, e na voz do criador. Parabéns, belíssimo poema.
Maravilhoso anti-Narciso às portas de outras percepções. Que privilégio ter acesso a essas leituras. Sublime epifania. Gratíssimo pela generosidade. Abraço.
Ouvi-lo/lê-lo é estar dentro do âmago da alegria, é ver todos os mundos existentes e imagináveis de uma só vez. Belíssimo, meu amado amigo! Como seria maravilhoso que em seu novo livro de poemas estivesse anexado um cd com os poemas nele contidos, assim como um dos livros do Arnaldo Antunes. Seria uma dádiva! Não pensou nisso? Mesmo que saísse um pouco mais caro, quem não compraria?
sim, sim, como um livro metafísico que tem um encarte com o Gilberto Gil tocando suas músicas só com o violão - acho o melhor cd dele.
poema lindo! não deve ter Sarneys desse país, quando muito, Marinas. essa ideia da fuga de si, ekstasis, evoca os versos do Lucrécio, mas eu não sei latim:
"hoc se quisque modo fugit, at quem scilicet, ut fit,/ effugere haut potis est: ingratius haeret et odit/ propterea, morbi quia causam non tenet aeger;/ quam bene si videat, iam rebus quisque relictis/ naturam primum studeat cognoscere rerum,/ temporis aeterni quoniam, non unius horae,/ ambigitur status, in quo sit mortalibus omnis/ aetas, post mortem quae restat cumque manenda." (De rerum natura, III, vv.1068-75).
Coincidentemente, li e reli A Cidade e os Livros esses dias, e reli ainda mais O país das maravilhas. Resolvi postar o poema no blog, lembrei de visitar o seu, e era justamente o último poema publicado. Também hoje conheci um outro blog, A Home for Alice, um projeto em que se pede para que você envie uma Polaroid da fachada da sua casa. Junto com a foto, um pequeno texto explicando por que sua casa não é só uma casa, mas um lar. As fotografias são lindas, assim como os textos e até os envelopes. O endereço do projeto é esse aqui: http://ahomeforalice.blogspot.com/
cheguei aqui, fiz uma coisa que não costumo fazer, que é ler TODOS os comentários postados (sempre leio alguns), e fiquei pensando o que escreveria para você...
tanta coisa bacana e bonita já dita, que não desejo me dar o trabalho (rs).
fica, somente, registrada a minha presença e a minha concordância com tudo o que disseram a respeito das suas linhas.
Boa noite, Cícero. Coincidência, há umas duas semanas recebi este teu poema de uma amiga e muito me tocou, tanto que o certamente o colocaria em uma antologia dentre os melhores de língua portugesa que já li. Agora vc nos brinda com ele nesta postagem, duplamente, nas palavras, e na voz do criador.
ResponderExcluirParabéns, belíssimo poema.
Maravilhoso!
ResponderExcluirMaravilhoso anti-Narciso às portas de outras percepções.
ResponderExcluirQue privilégio ter acesso a essas leituras.
Sublime epifania.
Gratíssimo pela generosidade.
Abraço.
Fico hipnotizada rs rs
ResponderExcluira limpidez do mundo no espelho do seu 'fora'. D+
ResponderExcluirMaravilha!
Um abraço.
que lindo. sua voz lendo está muito bonita também.
ResponderExcluirCicero,
ResponderExcluirOuvi-lo/lê-lo é estar dentro do âmago da alegria, é ver todos os mundos existentes e imagináveis de uma só vez. Belíssimo, meu amado amigo! Como seria maravilhoso que em seu novo livro de poemas estivesse anexado um cd com os poemas nele contidos, assim como um dos livros do Arnaldo Antunes. Seria uma dádiva! Não pensou nisso? Mesmo que saísse um pouco mais caro, quem não compraria?
Grande abraço,
Adriano Nunes.
Queridos amigos,
ResponderExcluiragradeço a todos pelos elogios. Adriano, vou sugerir isso à editora.
Abraços
sim, sim, como um livro metafísico que tem um encarte com o Gilberto Gil tocando suas músicas só com o violão - acho o melhor cd dele.
ResponderExcluirpoema lindo! não deve ter Sarneys desse país, quando muito, Marinas. essa ideia da fuga de si, ekstasis, evoca os versos do Lucrécio, mas eu não sei latim:
"hoc se quisque modo fugit, at quem scilicet, ut fit,/
effugere haut potis est: ingratius haeret et odit/
propterea, morbi quia causam non tenet aeger;/
quam bene si videat, iam rebus quisque relictis/
naturam primum studeat cognoscere rerum,/
temporis aeterni quoniam, non unius horae,/
ambigitur status, in quo sit mortalibus omnis/
aetas, post mortem quae restat cumque manenda." (De rerum natura, III, vv.1068-75).
Antonio,
ResponderExcluirPara você, em homenagem a essa maravilha de poema:
"CICERO"
Dentro do centro
Dessa alegria,
Abrigaria
Cada centímetro
Da tua métrica,
Pra ser feliz.
Assim me fiz,
Arte mimética,
Pra tudo ou nada,
Prática pressa,
Na madrugada
Mágica. És essa
Proeza dada à
Vida, promessa.
Beijos,
Cecile.
Lindo poema, Cecile. Obrigado!
ResponderExcluirBeijo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCaro Antonio,
ResponderExcluirGosto muito desse poema, em especial da sua leitura. Concordo com a sugestão do Adriano, seria ótimo contar com as gravações dos novos poemas!
Parabéns!
um abraço,
Lucas
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCicero
ResponderExcluirCi
Alicia
***
Bem-agradecido!
Aeta
Arrebatador ...
ResponderExcluirUm poema arrebatador, forte, intenso e imenso!
Uma inspiração perfeita!
Beijos.
Wallace F.
Coincidentemente, li e reli A Cidade e os Livros esses dias, e reli ainda mais O país das maravilhas. Resolvi postar o poema no blog, lembrei de visitar o seu, e era justamente o último poema publicado.
ResponderExcluirTambém hoje conheci um outro blog, A Home for Alice, um projeto em que se pede para que você envie uma Polaroid da fachada da sua casa. Junto com a foto, um pequeno texto explicando por que sua casa não é só uma casa, mas um lar. As fotografias são lindas, assim como os textos e até os envelopes. O endereço do projeto é esse aqui: http://ahomeforalice.blogspot.com/
que poema e que leitura!
ResponderExcluircheguei aqui, fiz uma coisa que não costumo fazer, que é ler TODOS os comentários postados (sempre leio alguns), e fiquei pensando o que escreveria para você...
ResponderExcluirtanta coisa bacana e bonita já dita, que não desejo me dar o trabalho (rs).
fica, somente, registrada a minha presença e a minha concordância com tudo o que disseram a respeito das suas linhas.
beijo, meu ETERNO porto de luz e inspiração!