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Sempre a água
Sempre a água me cantou nas telhas.
Habito onde as suas bicas,
as suas bocas jorram.
As palavras que no cântaro
a noite recolhe e bebe
com agrado
sabem a terra por serem minhas.
Não sou daqui e não vos devo
nada, ninguém
poderá negar a evidência
de ser chama ou água,
fluir em lugar de ser pedra.
Perdoai-me a transparência.
ANDRADE, Eugénio de. O Sal da Língua Precedido de Trinta Poemas. Lisboa: Bibliotex, 2001.
palavras que =fluem= na fonte da trans-parência
ResponderExcluirLindo poema!
Abraços. Jefferson.
Estávamos falando sobre poesia e música e letra de música no último post e hoje, de repente, soube que você vai falar no dia 21/09 na Casa do Saber sobre a historicidade da poesia, sua origem ligada à música. Sensacional. E ainda tem Wisnik e Tom Zé (um gênio, com cuja obra tenho a honra de trabalhar), nas semanas seguintes. Estarei lá, com certeza. Grande abraço!
ResponderExcluirque coisa LINNNNDA, cicero, estes versos!...
ResponderExcluirvocê sabe da minha paixão por águas...
MARAVILHA!
beijo!
Cicero,
ResponderExcluirLindíssimo poema! Você sempre acerta em suas escolhas. Parabéns!
Grande abraço!
Adriano Nunes.