20.7.09

César Moro: "El amor al despedirse" / "O amor ao despedir-se": tradução de Floriano Martins

.


O amor ao despedir-se...

O amor ao despedir-se diz: sonha comigo
o sonho é uma besta intratável
que faz revirar os olhos com a respiração
entrecortada pronunciar teu nome
com letras indeléveis escrever teu nome
e não te encontrar e estar longe e sair adormecido
marchar até a madrugada para cair no
sonho para esquecer teu nome
e não ver o dia que não leva teu nome
e a noite deserta que leva teu corpo



El amor al desperdirse

El amor al despedirse dice: sueña conmigo
el sueño es una bestia huraña
que hace revolverse los ojos con la respiración
entrecortada pronunciar tu nombre
con letras indelebles escribir tu nombre
y no encontrarte y estar lejos y salir dormido
marchar hasta la madrugada a caer en
el sueño para olvidar tu nombre
y no ver el día que no lleva tu nombre
y la noche desierta que se lleva tu cuerpo



Original:
MORO, César. Viaje hacia la noche. Madrid: Huerga y Fierro Editores, 1999.

Tradução:
MARTINS, Floriano. "Antologia peruana essencial". In: Poesia sempre, Nº 28, ano 15, 2008.

14 comentários:

  1. O amor ao "despedir-se"...é porque já deixou marcar indeléveis além do coração
    C.

    ResponderExcluir
  2. lindo poema, cicero, que forte!

    o amor e suas marcas, o amor e sua capacidade de nos pirar, de nos pôr a pensar, a sonhar, querendo, aguando, desejando aquilo que ama, e aflito por não ter, ao alcance, o seu objeto de desejo... puta merda, é foda (rs)...

    MARAVILHA isto aqui!

    beijo, poeta danado de bom (rs)!

    ResponderExcluir
  3. Cicero,

    Sinto o poema... e tudo em volta fica melhor. Lindo mesmo!



    "MEMÓRIA"


    Volto dos versos
    Em convulsão.
    Que vultos são
    Esses dispersos

    Em minha mente?
    Que vozes vêm
    Varando o além,
    Tão de repente,

    Amedrontando-me,
    Apavorando-me,
    Nessa manhã?

    Por que não some,
    De vez, seu nome,
    Ó musa vã?

    Adriano Nunes


    "TUBO DE ENSAIO"


    Ponho meu sonho
    Dentro do frasco
    De vidro. A vida,
    No fundo, fica.

    Um outro pranto
    Quer vir à tona.
    Aquela dúvida
    Que tanto apronta?

    Todo meu mundo
    Torna-se visto,
    Quando, no filtro
    De papel, brilho.

    Abração!
    Adriano Nunes.

    ResponderExcluir
  4. Lindo poema !

    Ricardo Soutto Maior

    ResponderExcluir
  5. Cícero: seu blog tem algo que atrai e me parece quase um vício. Volto sempre a ele. Não envio mais tantos poemas como antes, pois agora vejo muitos poetas por aqui e acabo ficando mais quieto (logo eu que, como você disse, iniciei essa onda de mandar poemas para o seu blog). Mas a claridade que emana do seu pensamento sobre os diversos assuntos que por aqui transitam é muito estimulante, e movimenta o vício em torno aos acontecimentos do espírito que, intensamente, por aqui se dão.

    ResponderExcluir
  6. Obrigado, Leo. Para dizer a verdade, sinto falta de mais poemas seus.

    Abraço

    ResponderExcluir
  7. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  8. A despedida do amor é triste, triste... Ainda bem que da tristeza surgem coisas belas como este poema de Moro, que eu não conhecia. Bela escolha, Cicero. Lembrei da canção "O amor em paz". Abraço.

    ResponderExcluir
  9. Destino incerto

    Mesmo quando os ventos levam-me
    para bem longe
    Pobre barquinho perdido
    em mar aberto
    A estrela mais brilhante
    Não me deixa
    Nem em pensamento
    Está sempre lá
    no firmamento
    Mesmo quando os mares bravios erguem-se em
    Ondas tão altas
    Mesmo quando a noite singra
    E maltrata
    Um destino incerto
    Voa para onde as gaivotas constroem seu ninho
    Seu caminho é feito de idas e vindas
    Partidas e chegadas
    Beijos e línguas entrelaçadas.

    ResponderExcluir
  10. Gostaria muito que você me dissesse o que acha desse poema:

    Anda o ônibus
    Andam os carros
    Correm os ventos

    Mas
    em mim
    Fica
    a
    sens
    ação
    de
    en
    gar
    ra
    fa
    mento
    Cons tan te

    E mesmo que passe a
    sens
    ação
    Meu carro não
    aN
    da

    ResponderExcluir
  11. Caro Páris Alexandre,

    Fiquei muito emocionado com o seu vídeo. Nem sei o que dizer. É claro que sou suspeitíssimo, mas não tenho dúvidas de que é um trabalho belíssimo. Parabéns sinceros e muito obrigado!

    Um grande abraço

    ResponderExcluir