10.7.09

Adriano Espínola: "A velha"

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A velha

Esculpida em silêncio,
sentada e sábia,
fita o horizonte da mágoa.

Ao seu lado,
o mar murmura
as sílabas do ocaso.

Ó beleza antiga e súbita:
sobre o seu ombro
o instante se debruça,
iluminado.


De: ESPÍNOLA, Adriano. Beira-sol. Rio de Janeiro: Topbooks, 2007.

14 comentários:

  1. A menina

    Vi a onda verter-se numa manhã dourada
    E o pranto não romper a garganta encarcerada
    Vi fagulhas no teu olhar da imensidão
    E o tédio sem forças na escuridão
    Em meio ao ar fresco da chuva que se aproxima
    E a malícia do teu rosto de menina.

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  2. Cicero,

    Lindo, amplamente musical!


    Abraço forte!
    Adriano Nunes.

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  3. Cicero,

    Um soneto meu, concreto. Espero que você goste.


    ADRIANO NUNES: "SONETO"


    vem bri
    sa be
    la a bri
    ga be


    be a go
    ra vi
    bra go
    za a vi


    da ven
    do a to
    da qui


    ça in ven
    to a aqui
    do quarto.


    Abração,
    Adriano Nunes.

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  4. Todo lugar é ponte, aeroporto.

    Sempre gostei de vendavais.

    Sempre pensei em ter amor.

    Sobrevivi como um romântico.

    Beijei mulheres, abracei amigos.

    Fui iludido e tolo como qualquer um.

    Vi nascerem filhos que do amor vieram.

    Todas as casas são refúgios.

    Todos os dias, alvoradas.

    Sempre gostei de estar no mundo.

    Pessoas e animais são companheiros de viagem.

    Não me conformo com partidas.

    Não me debruço ao peso dos queixumes.

    Todo lugar é ponte, aeroporto.

    Sempre gostei de vendavais.

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  5. Cântico da vida
    Quântica junção

    simples e de facto iluminação plena

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  6. Adriano ,os méritos são muitos com maestria consuma versos, livre ou medido, rimado ou branco


    C.

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  7. Cicero,



    Gostaria de agradecer ao "C" pelas palavras. Muito grato!

    Abraços!
    Adriano Nunes.

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  8. Seu Soneto as merece plenamente.

    Abraços

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  9. linda poesiahttp://rogeriotadeuferreira.zip.net/ linda linda mesmo...

    escrevo tambem quando puder obrigado rogerio tadeu ferreira

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  10. Vossa casa (blog) cheia de vida revela e compartilha o particular infinito ... por vezes faz chorar ,outras reflectir ,análisar momentos e por certo faz sorrir pela arte expressada.Letras trabalhadas por mãos correctas transcendem...aqui é muito mais que um blog , a generosidade e simplicidade mostram a grandeza e sentimento de Antônio Cícero .
    É sempre prazer navegar cá nesse mar de acontecimentos como mergulhar em letras e banhar de músicas
    .
    .
    .

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  11. Agradeço as palavras anônimas do primeiro comentário do dia 12.
    Abraço

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  12. Há algo correto
    Em tuas decisões precipitadas.
    Há algo no movimento,
    Em tudo há algo em nada.

    O morro foi decomposto
    E abriu-se uma esplanada.
    O morro foi-se há tempo
    Mas o samba não acaba.

    []´s

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  13. cicero,

    que poema LINNNNDO!

    tem uma coisa triste, no entanto de uma tristeza suave, calma, porque deveras antiga a coisa triste, porque, de algum modo, já assentada, já sedimentada a coisa triste.

    ao mesmo tempo, invadiu-me uma sensação longa e lenta, de uma serenidade quaaase feliz, por conta do instante que se debruça por sobre o ombro da velha, iluminado, iluminado pela luz do poeta que olha e enxerga a cena com tamanha poesia.

    ADOREI!!

    beijo bom e doce.

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  14. eu nem falo nada
    só sinto
    e muito!

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