Li com prazer estes fragmentos de Casimiro de Brito, um dos poetas que admiro, porque com pouco nos diz muito. Há outros, e estou-me a lembrar de Albano Martins. Poetas de uma oficina apuradíssima, que retesam sabiamente a «tensão entre o som e o sentido».
a ela, amante dominadora, que tudo devora. a ela, exigente, insone, que me vira a cabeça pelo avesso e que, do avesso, figura as suas vestes. a ela, senhora da minha existência, a amante a quem devo total fidelidade, ainda que não me ordene. pois ela, no fundo no fundo, sabe das suas capacidades de me pôr no lugar devido. a ela, única religião que professo. a ela, crime, erro público que confesso. a ela, a dobra do meu paraíso e martírio. a ela, inexplicável. a ela, imprescindível. a ela, inexorável.
Caro Cícero,
ResponderExcluirLi com prazer estes fragmentos de Casimiro de Brito, um dos poetas que admiro, porque com pouco nos diz muito. Há outros, e estou-me a lembrar de Albano Martins. Poetas de uma oficina apuradíssima, que retesam sabiamente a «tensão entre o som e o sentido».
Obrigado pela vossa partilha.
Domingos da Mota
a ela, amante dominadora, que tudo devora. a ela, exigente, insone, que me vira a cabeça pelo avesso e que, do avesso, figura as suas vestes. a ela, senhora da minha existência, a amante a quem devo total fidelidade, ainda que não me ordene. pois ela, no fundo no fundo, sabe das suas capacidades de me pôr no lugar devido. a ela, única religião que professo. a ela, crime, erro público que confesso. a ela, a dobra do meu paraíso e martírio. a ela, inexplicável. a ela, imprescindível. a ela, inexorável.
ResponderExcluira ela, a minha maior obra: minha vida.
um beijo terno, meu poeta.