Ouvir o som de um rouxinol Na madrugada Ou da débil folha seca Girando pela estrada Roçar seus lábios Doces como um quindim Faz da minha dura pele Um marfim.
Antonio, o "real da poesia" seria a fisicalização dela, i.e., o poema? Ou seria o que se "apreende" do poema? Ou seria, talvez, algum tipo de pré-concepção que, em um determinado período histórico, os Homens criam a respeito do que seria poesia? Ou seria apenas algo inventado em cada poema, individualmente?
Sinto em mim o hálito do tigre. A ilusão do que domei. O que permaneceu selvagem. O leão e o menino. Um elefante dominado. Um palhaço inexistente. Uma foca nos trópicos.
Cicero,
ResponderExcluirLindo o poema de Francisco Alvim: um carnaval de imagens!
outro soneto às pressas:
"ORLA" (Para Mizael)
Percorrer essa estrada com meu carro,
Ouvir qualquer ruído estranho adentro
Feito esses batimentos violentos
Dos nossos corações alvoroçados.
Transitar nesse transe desprovido
De vínculos viáveis, de prazer,
E provocar tropeços, desfazer,
À vontade, meu sexo concebido
Pela viagem vaga dessa música
Que se vai dissonante para além
Do desejo de nexo e tudo busca.
Parar noutro sinal porque convém
Conversar mais um pouco. Nada custa
Conquistar o amor pétreo do meu bem.
Abraço forte!
Adriano Nunes.
Cicero,
ResponderExcluirPara Pessoa e seus três heterônimos:
"SEM RESPOSTA" (PARA FERNANDO PESSOA)
O poeta desfaz o seu pensar
Às pressas e projeta, sem um corpo
E sem qualquer palavra, mais três outros
Versos quase invisíveis e, quiçá,
Quase sem vida própria, rasurados.
Os desenhos sonhados e os sentidos
Guardaram-se em silêncio, tão partidos,
Aguardando uma trégua, rebuscados.
Seus poemas, cavernas escavadas
Dentro do coração, vastos vagões
De trens livres de trilhos, de paradas.
O poeta se atrai por esses sons
E depois tudo quer: até outra alma!
Às avessas pondera suas visões.
Abraço forte!
Adriano Nunes
Antonio,
ResponderExcluirUm poema triste meu... o amor?
***PEDAÇOS*** (PARA O MEU AMOR)
Abandonada fui
Pelo que só sou agora.
Lá fora, resta o acaso
Dessa mera memória,
Os acontecimentos
Que tento por de lado.
De fato, não compreendo
Por que tudo soçobra.
Assim, eu me desfaço.
Nada, nesse momento,
Trará você de volta,
Trará, de vez, sua luz.
Beijos,
Cecile.
Quindim
ResponderExcluirOuvir o som de um rouxinol
Na madrugada
Ou da débil folha seca
Girando pela estrada
Roçar seus lábios
Doces como um quindim
Faz da minha dura pele
Um marfim.
Que gente longe viva na lembrança
ResponderExcluirQue gente triste possa entrar na dança
Que gente grande saiba ser criança
Bom carnaval, querido poeta. Estou ansioso para vê-lo.
A.
Antonio, o "real da poesia" seria a fisicalização dela, i.e., o poema?
ResponderExcluirOu seria o que se "apreende" do poema?
Ou seria, talvez, algum tipo de pré-concepção que, em um determinado período histórico, os Homens criam a respeito do que seria poesia?
Ou seria apenas algo inventado em cada poema, individualmente?
Abbracci,
Paulo
Francisco Alvim é sempre MUITO bom.
ResponderExcluiro real da poesia....
ResponderExcluirnão sei, mas me parece, como diz Octávio Paz, que toda fixidez é sempre momentânea...
Gostei sim....
ResponderExcluirboa reomendação..
até...
O LEÃO E O MENINO
ResponderExcluirSinto em mim o hálito do tigre.
A ilusão do que domei.
O que permaneceu selvagem.
O leão e o menino.
Um elefante dominado.
Um palhaço inexistente.
Uma foca nos trópicos.
carnaval, carnaval... e o rio de janeiro continua lindo!
ResponderExcluircarnavalesca
líria porto
lá vem dona aurora
vestida de rosa
a boca pintada
enormes quadris
e eu na janela
com olhos de ontem
à espera
da aleg(o)ria
*
grande abraço!
carnaval das águas primas
ResponderExcluirCaro Paulo,
ResponderExcluiro real da poesia é tudo isso e muitas outras coisas mais.
Abraço
Cicero , verti o poema do Chic Alvim para o ingLês, tá no meu blog http://paradisecity.blog.terra.com.br Um abração carnavalesco!
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