11.4.08

Federico García Lorca: Narciso

[Narciso]

Narciso.
Tu olor.
Y el fondo del río.

Quiero quedarme a tu vera.
Flor del amor.
Narciso.

Por tus blancos ojos cruzan
ondas y peces dormidos.
Pájaros y mariposas
japonizam en los míos.

Tú diminuto y yo grande.
Flor de amor.
Narciso.

Las ranas, ¡qué listas son!
Pero no dejan tranquilo
el espejo en que se miran
tu delirio y mi delirio.

Narciso.
Mi dolor.
Y mi dolor mismo.

4 comentários:

  1. ..."Narciso acha feio o que não é espelho"Caetano envolve assim...mas pode-se falar da flor autosuficiente,ciente de sua multicolorida beleza!Viva Garcia Lorca!Viva o narciso preferido que versei...Beijos cariocas poeta querido!

    Narciso


    Narciso,flor bulbosa
    Verso de ter
    Vigorosa
    Planta solene
    Dos meus dias
    Ah,o cantar da andorinha
    É tão belo
    Como tu
    Narciso flor rústica
    Lindos arranjos
    Lúdica
    Tuas cores
    São banjos
    Florescendo
    No meu jardim.


    Nina Araújo.

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  2. O jovem desejado e indiferente
    aos desejos que a ninfa repetia
    a fim de que cedesse à sua porfia
    o que recusa o efebo duramente,

    não recusou-se a Eco impunemente:
    enquanto definhava na agonia
    da caverna e o destino maldizia,
    Nemesis se tornou sua confidente;

    ao ver a ninfa morta, sua vingança
    foi dar a ver ao jovem fim preciso
    que do desprezo fosse a semelhança:

    e assim se viu o jovem, sem aviso,
    e ao se ver afogou-se na esperança
    de amar e ser amado por Narciso.

    Forte abraço,
    Marcelo Diniz

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  3. SONETO 1
    William Shakespeare
    Tradução de Renata Cordeiro

    Que tenham prole as mais formosas criaturas,
    Para que se eternize a rosa da beleza ,
    E como morrem sempre as formas mui maduras,
    Que as reviva o imaturo herdeiro, e com justeza:
    Tu, cúmplice, porém, dos teus olhos brilhantes,
    Nutres o teu fulgor com o teu próprio mel ,
    Causas misérias onde existe o transbordante,
    Algoz, és co´o teu ser tão doce, tão cruel.
    És, agora, do mundo o ornamento viçoso,
    Da viva primavera o arauto singular,
    Jazem, dentro do teu botão, a seiva e o gozo,
    E mísero imaturo, esbanjas ao poupar.
    Tem pena deste mundo, ou comerás, glutão,
    O que tu próprio e a cova ao mundo deverão.

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  4. Caro Cicero,

    Gostaria de acrescentar aqui -- me parece oportuno -- um trecho de Bernard de Ventadour traduzido por Augusto de Campos, onde aparece o sujeito trovador evocando Narciso ao deparar-se diante da amada:

    Eu renunciei a me reger
    Desde o dia em que os olhos pus
    No olhar que vi transparecer
    No belo espelho em que reluz.
    Espelho, pois que te vi bem,
    Morri na luz do teu reflexo
    Como, perdido de se ver,
    Narciso no seu próprio amplexo.

    [In: POUND, Ezra. ABC da Literatura. São Paulo: Editora Cultrix, 1973, p.180.]

    Grande Abraço,
    Carlos Eduardo

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