Jorge Luís Borges
Límites
Hay una línea de Verlaine que no volveré a recordar,
Hay una calle próxima que está vedada a mis pasos,
Hay un espejo que me ha visto por última vez,
Hay una puerta que he cerrado hasta el fin del mundo.
Entre los libros de mi biblioteca (estoy viéndolos)
Hay alguno que ya nunca abriré.
Este verano cumpliré cincuenta años:
La muerte me desgasta, incesante.
De Inscripciónes (Montevideo, 1923), de Julio Platero Haedo
BORGES, J.L. “Límites”. In: “El hacedor” Obras completas. Buenos Aires: Emecé Editoras, 1974, p.849.
Limites
Há uma linha de Verlaine que não voltarei a recordar,
Há uma rua próxima que está vedada a meus passos,
Há um espelho que me viu pela última vez,
Há uma porta que fechei até o fim do mundo.
Entre os livros de minha biblioteca (estou vendo-os)
Há algum que já nunca abrirei.
Este verão cumprirei cinqüenta anos:
A morte me desgasta, incessante.
De Inscripciónes (Montevideo, 1923), de Julio Platero Haedo
Tem alguma dissertação ou tese sobre suas letras , se tiver gostaria de ler
ResponderExcluirabraço
Um atalho para a vida não existe
ResponderExcluirNão existem portas no castelo da alegria
Não existem casas (não há mais paredes)
Na vida não existe atalho
Só te cobrem colchas que são de retalho
Não há a menor chance de unidade
Rebutalho e corte e sofisticação e lixo
O máximo do luxo é ser feliz
Um atalho - a alegria
Um retalho em meio à vida
Não existem portas no horizonte da existência
O rebutalho máximo é não existir
O que sempre me impressionou neste poema é a simplicidade técnica (aparente?) de seus versos como suporte de uma reflexão tão profunda.
ResponderExcluirO que Borges atinge em muitos casos.
Abraços
Diniz,
ResponderExcluirEspecificamente sobre as minha letras não há, que eu saiba. Há sobre meus livros de poemas. Você pode encontrar uma bibliografia sobre o meu trabalho no meu site: http://www.uol.com.br/antoniocicero
Abraço,
Antonio Cicero
há no amor um movimento
ResponderExcluiro calor de vários dias e momentos
quando brota a flor mais bela
cultivada nas delícias
dia e noite
em meio ao frio
aonde há neve
no deserto
embora no amor não haja
nunca
o deserto
que maravilha, cicero!
ResponderExcluiro poema é um grande achado, são belas as imagens para se falar do gasto do tempo, ou seja, do seu desgaste, das coisas que ficam, que não nos acompanham, inevitavelmente.
é realmente lindo... imagino, agora, aquela tristeza que bate naqueles lampejos de lucidez aguçada, extrema, nos quais pensamos na finitude da existência, em como ela é breve, e que a cada passo formado, cumprido, alcançado, um a menos no caminho. uma hora, os passos se esgotam e nada resta. nem rastro.
aí, pelo caminho que vai sendo trilhado, é a linha de antonio cicero que se me escapa, um cheiro bom que ficou, dançante, ao vento vadio, o último espelho que me refletiu, e tantas coisas outras que não mais se anunciam a nós.
tempo... que, pelo menos, fullgás!, já que: fulgaz.
beijo grande, gracinha!
o carinho de sempre!
Friday, November 17, 2006
ResponderExcluirJ L B
na plaza del mayo
manhã nebulosa,
os pombos argentinos
os via
em sua forma mais fabulosa.
naquele apartamento obscuro
gris
de nuvens esparsas e intermitentes,
alguém agora a vê-los.
os pombos argentinos,
na plaza del mayo.
posted by wilson luques costa
perfeito. como uma tarde indo embora.
ResponderExcluirO verso que diz "Hay alguno que ya nunca abriré." é o que mais gosto, e o que acho mais deprimente. Também me faz pensar: se existem muitos livros, ou muito pouco tempo.
ResponderExcluirCicero, segue um meu, de cinco anos atrás. Veja se gosta.
o poema interrompido
em minha boca já esteve língua estrangeira
em minha língua a saliva de uma meretriz
já me entorpeci com o gosto e o cheiro de uma flor
e me abracei a divino anjo para morrer feliz
mas ocorreu que a imigração me deportou
e moça da vida eu não penso em sustentar
flores eventualmente e infelizmente murcham
e os anjos, ah! os anjos, mortais não podem amar
uma vez quis deixar branca de neve morder a maçã
para que de seu sono eu pudesse acordá-la
mas o inútil príncipe minha bela desposou
e com ela casou, sem que eu deixasse de amá-la
certa noite cortei os pulsos e, envolta em sangue, me aguardei morrer
nos campos elísios vaguei em busca de conhecida flor
me pus em cargo celestial, e no purgatório
soube que minha amada se enforcara por não mais suportar a dor
agora tenho amor por uma linda senhorita
que devia estar internada em manicômio estadual
mas que quer, não sei bem como, estudar psicologia
vida amorosa como a minha, ninguém mais tem, não é normal
mas o mau não são as dores destes meus desamores
nem o tanto de tempo em que estive deprimida
não é tão ruim estar perdida sem ver a saída
o pior de tudo é saber que, outra vez, não sou correspondida
Priscila Zanuzzo
Caetano,
ResponderExcluirGostei muito dessa observação.
Um abraço,
ACicero
Parabéns, Priscila, gostei.
ResponderExcluirAbraço,
ACicero
Esse poema é muito bom mesmo, assim como foi a primeira aula!
ResponderExcluirPena que tive que perder a segunda... terça que vem, estou lá!
abração jardineiro
Obrigado, Leandro.
ResponderExcluirA gente se vê na terceira aula.
Abraço,
ACicero
Porque nunca me canso de ler Borges mesmo que o tente .
ResponderExcluir"Só uma coisa há da qual ninguem se arrepende e esta coisa é de haver sido valente."