Um poema do livro "Guardar":
QUASE
Por uma estranha alquimia
(você e outros elementos)
quase fui feliz um dia.
Não tinha nem fundamento.
Havia só a magia
dos seus aparecimentos
e a música que eu ouvia
e um perfume no vento.
Quase fui feliz um dia.
Lembrar é quase promessa,
é quase quase alegria.
Quase fui feliz à beça
mas você só me dizia:
“Meu amor, vem cá, sai dessa”.
De: CICERO, Antonio. Guardar. Rio de Janeiro: Record, 1996, p.69.
Adorei! Abs
ResponderExcluirE agora deu vontade de ouvir a música...(que eu não conheço...)
ResponderExcluirbom encontrá-lo.
ResponderExcluirvi voce no salipi, em teresina.
um grande abraço.
Obrigado, André. Bem-vindo!
ResponderExcluirGrande abraço,
Antonio Cicero
Muito bonito o poema, Antônio. Aliás, como todos do livro Guardar.
ResponderExcluirum abraço, lucas.
Opa!
ResponderExcluirBom te encontrar. Sou fã.
Abraços do *CC*
Ah, eu também guardo os meus poemas! Digo, "guardo"; não que os guarde realmente, já que nem poemas eles são para serem guardados. Mas os guardo, aqui, ó. Podes ver?
ResponderExcluirRá. Somos de correntes opostas. Mas vá lá. Quem lê Gilberto Freyre talvez não vire estátua de sal ao ler esse produto da adolescência tardia. (:
cicero(,) lindíssimo!
ResponderExcluireste poema é divino, que delicado!
um (quase) grande beijo, querido!
e: continue postando poemas seus.
Obrigado, Paulinho.
ResponderExcluirUm quase quase beijo para você também.
Antonio Cicero
Passado o amor, o que nos fica?
ResponderExcluirDe uma mulher, ficou um dia,
de outra, uma canção...
A lembrança de olhar nos olhos,
ao mesmo tempo,
enquanto estávamos gozando,
foi, de outra delas, o que restou.
Mas do amor exato, certeiro,
aquele que nos crava as unhas,
dilacera a alma,
o que nos fica é mesmo um traço, uma pequena marca,
indelével como o fogo de um suposto deus.
Amor.
Por isso vivo.
A isso dou de mim a alma,
o brilho intenso que comigo guardo,
a consumir meu nome, minha casa, meu coração.
Amor.
Venha daí como estiver:
alquebrado, capenga, desdentado...
e se não há mais chama para se queimar,
então, que se reinvente o fogo,
sob a luz opaca dos imensos vendavais.
Não sabia q essa música foi feita sobre um poema seu. É lindo.
ResponderExcluirOi,Poeta. Faço um trabalho de pesquisa e designer de blog e estava justamente pesquisando sobre você quando encontrei o seu blog. Muito legal. Lindas poesias.
ResponderExcluirAbraços.
Lindíssimo poema...cheio de ritmo e delicadeza. Beijão, é lindo o teu blog!
ResponderExcluirObrigado, Daniela.
ResponderExcluirBeijo