Outro dia tive a grata surpresa de reler, no livro que Tatiane Martins lançou este mês, Poeme-se (Rio de Janeiro: Litteris Editora, 2007), um poema que Antonio Carlos Secchin dedicou a mim – dedicatória de que me muito me orgulho – no seu belo livro Todos os ventos. Ei-lo:
ARTE
a Antonio Cicero
Poemas são palavras e presságios,
pardais perdidos sem direito a ninho.
Poemas casam nuvens e favelas
e se escondem após no próprio umbigo.
Poemas são tilápias e besouros,
ar e água à beira de anzóis e riscos.
São begônias e petúnias,
isopor ou mármore nas colunas,
rosas decepadas pelas hélices
de vôos amarrados ao chão.
Resto do que foi orvalho,
poema é carta fora do baralho,
milharal virando cinza
pelo fogo do espantalho.
De: SECCHIN, Antonio Carlos. Todos os ventos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
A poesia está no ar,no espaço.Aguardando que alguém que a colhesse e transformasse em poemas.Poucos o fazem como você,Cícero.
ResponderExcluirBelo poema este de Antonio Carlos Secchin... Uma feliz reunião de palavras de rara beleza para definir o que é poesia. Tanto mais pela dedicatória tão merecida!
ResponderExcluirolá!
ResponderExcluirbelo blog!
visitem-nos em
www.poesiavertigem.blogspot.com
comentem e movimentem...
saúde!
Os versos são muito bons, de uma simplicidade necessária até...mas confesso que gosto muito mais da dedicatória.
ResponderExcluirCaro Antonio Cícero,
ResponderExcluirBelo este poema de Antonio Carlos Secchin, que lhe é dedicado.
Tenho comigo a Antologia Poética, Todos os Ventos, publicada aqui em Portugal pelas Quasi Edições, onde este poema não consta.
Aliás, estive na apresentação desta Antologia pelo autor na Fundação Eugénio de Andrade, em 19 de Maio de 2005.
Não sei se me será possível obter o contacto do autor para lhe pedir a autorização e publicar alguns dos seus poemas no meu blogue Fogo Maduro.
Obrigado pela partilha.