O que diz a Morte
Deixai-os vir a mim, os que lidaram;
Deixai-os vir a mim, os que padecem;
E os que cheios de mágoa e tédio encaram
As próprias obras vãs, de que escarnecem...
Em mim, os Sofrimentos que não saram,
Paixão, Dúvida e Mal, se desvanecem.
As torrentes da Dor, que nunca param,
Como num mar, em mim desaparecem. -
Assim a Morte diz. Verbo velado,
Silencioso intérprete sagrado
Das cousas invisíveis, muda e fria,
É, na sua mudez, mais retumbante
Que o clamoroso mar; mais rutilante,
Na sua noite, do que a luz do dia.
QUENTAL, Antero de. "O que diz a Morte". In:_____. Sonetos. Org. por Antonio Sergio. Lisboa: Sá da Costa, 1963.
Há alguns anos descobri o blog; há alguns anos com ele venho descobrindo o prazer de ler poesia, eu que sempre fui da prosa. Tenho você como uma espécie de curador, afinal, quantos poemas não conheci aqui e agora levo comigo?
ResponderExcluirTambém há algum tempo eu ensaiava esse agradecimento, que por um ou outro motivo deixava pra depois.
Antonio Cicero, muito obrigado por doar parte do seu tempo para manter esse blog. Pode parecer simples, mas com certeza é importante pra bastante gente.
Caro Leonardo,
ResponderExcluirmuito obrigado! É por causa de pessoas como você que mantenho o blog.
Grande abraço
Antonio,
ResponderExcluirnunca fui capaz de mostrar pra alguém qualquer coisa que escrevi.
Menos ainda o que pretendi que fossem poesias.
Por considerar um gesto grosseiro mostrar um escrito sem saber se o leitor está disposto a lê-lo, achei que seria prudente te perguntar (de antemão): você leria e daria sua opinião honesta - honesta de verdade, até mesmo cruel se for necessário - de um poema que escrevi ?
Caro Anônimo,
ResponderExcluirNão poderei analisar detalhadamente o poema, pois estou muito sem tempo. Mas poderei lhe dizer alguma coisa.
Se você quiser, poste-o aqui, como um comentário. Eu não o publicarei. Envie também um e-mail, pelo qual eu possa lhe dizer o que penso dele.
Abraço
Antonio,
ResponderExcluirsua gentileza o enobrece mais ainda,
e isso nao
é
um elogio.
De longe, sempre, abracos...
Thiago