Às vezes julgo ver nos meus olhos
Às vezes julgo ver nos meus olhos
A promessa de outros seres
Que eu poderia ter sido,
Se a vida tivesse sido outra.
Mas dessa fabulosa descoberta
Só me vem o terror e a mágoa
De me sentir sem forma, vaga e incerta
Como a água.
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner. "Às vezes julgo ver nos meus olhos". In: Obra poética. Org. por Carlos Mendes de Souza. Alfragide: Editorial Caminho, 2011.
Amo a poesia de Sophia de Mello Breyner, e é uma poetisa que descobri através deste blog, mais ou menos nesta mesma época do ano passado. Foi uma paixão imediata. Depois de ler vários poemas dela postados aqui mesmo, e também em outros lugares da internet, fui correndo comprar a antologia poética editada pela Companhia das Letras. Hoje a poesia dela é parte importante da minha vida e jamais esquecerei que a descobri neste indispensável blog. Abraço!
ResponderExcluirCaro Rodrigo,
ResponderExcluirObrigado por me ter dito isso. Fico feliz.
Abraço
Lendo esse poema de Sophia de Mello Breyner, eu lembro de outro poema de Florbela Espanca, chamado "Teus Olhos". E me pergunto sobre as afinidades poéticas entre os textos das duas, para além do fato compartilharem a mesma língua e o mesmo país. É uma oportunidade para, aos poucos, redescobrir ambas, afinal. Obrigado pelo poema.
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