2.2.10

Fernando de Barros e Silva: "Que esquerda é essa?"




O seguinte -- excelente -- artigo de Fernando de Barros e Silva foi publicado segunda-feira, 1 de fevereiro, na Folha de São Paulo:


Que esquerda é essa?

SÃO PAULO - Como retrato da esquerda, o Fórum Social Mundial nos oferece uma imagem melancólica. De um lado, o evento, encerrado ontem, se presta a ser um palco de aclamação do lulismo; de outro, reitera sem mais dogmas anticapitalistas, fazendo tabula rasa do legado ruinoso dos experimentos coletivistas do século 20.

Em sua 10ª edição, o fórum agrega uma esquerda que transita entre o novo pragmatismo e a utopia de antigamente, sem que se detenha na crítica de nenhum dos polos. Adesista e fundamentalista ao mesmo tempo, essa esquerda age como quem quer usufruir todos os benefícios possíveis deste mundo (lulista), sem prejuízo de manter intacto o clichê do "outro mundo possível".

Entre o radicalismo vazio e o apego ao poder, haveria uma trilha menos cômoda. Algo como o compromisso com a redução das desigualdades, com o combate à corrupção em todas as suas formas e a defesa da democracia e do pluralismo -tudo combinado numa perspectiva reformista, que se paute pelo realismo sem abrir mão de princípios.

Não é isso, como se sabe, o que seduz os funcionários da utopia. Mas que esquerda é essa que vira as costas aos estudantes venezuelanos e não se manifesta contra a escalada autoritária de Chávez? Que esquerda é essa, para quem o mensalão não existiu ou acha que "a vida é assim mesmo"? Que esquerda é essa, capaz de defender a barba de Fidel Castro e o bigode de José Sarney?

Não há dúvida de que existe uma maioria bem intencionada entre os participantes do fórum. Mas o evento se tornou coisa de profissionais. Com raríssimas exceções, os intelectuais que contam não perdem mais tempo por lá. Restou um lúmpen "pensante" que fez do fórum o seu negócio. Gente, aliás, que cansou de esperar Godot e hoje enche as burras à custa do lulismo. São parasitas do Estado que adoram ressuscitar o fantasma neoliberal diante de plateias embasbacadas para manter viva a sua boquinha. Será possível ainda ser de esquerda sem parecer idiota ou espertalhão?

19 comentários:

  1. "essa esquerda age como quem quer usufruir todos os benefícios possíveis deste mundo (lulista), sem prejuízo de manter intacto o clichê do "outro mundo possível"." só essa?
    mas isso não é o apanagio mesmo da esquerda em todos os tempos?

    que esquerda é essa? a resposta é fácil, é a mesma e velha esquerda de sempre, talvez o que tenha mudado é a maturidade de alguns esquerdista que hj enxergam o que talvez antes não vissem.

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  2. tudo bem. tem muita gente perdida, depois que a esquerda chegou ao poder.
    junto a isso, muitos ícones do capitalismo e do comunismo ruíram.
    é tempo de se fazer um balanço.
    ambos os lados, em algum momento, flertaram com o autoritarismo.
    mas ideários como: fim da corrupção, distribuição de renda e riqueza, fortalecimento do estado, são defendido única e exclusivamente pela esquerda.
    então, entre uma esquerda oligofrênica, e uma direita organizada, eu fico com a primeira.

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  3. Prezado Cícero,

    Eu sigo o seu blog já há bastante tempo. Aprecio muito a sua pontaria e bom gosto literário, e sobretudo a sua postura que, numa ocasião, chamei, num comentário, de “bom senso libertário”. Geralmente, eu concordo com você no todo ou no principal, e ainda aguardo o livro sobre métrica portuguesa.
    Mas no caso deste artigo, não.
    Não estou defendendo o tal Fórum, pelo qual não tive o menor interesse, e me parece que nem eu nem ninguém.
    O que eu critico é o tom do artigo, muito generalista e excessivo em julgamentos e metáforas imbuídas de uma virulência “lacerdista” - boa para sua platéia específica, mas ruim como informação e péssima para uma análise que busque isenção.
    Não vejo excelência nenhuma no Chaves ou nesse Fórum, mas tampouco neste artigo.
    Será possível ser jornalista sem ser agressivo e superficial ?
    Abraço,
    JR.

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  4. Muito claro e esclarecedor o texto. É um complemento do que o grande poeta Ferreira Gullar escreveu, recentemente, e foi publicado, aqui, neste BLOG LUZ!
    Realmente, é de deixar a gente embasbacado a postura da patota que está com o leme governamental.
    Por outro lado, há gente que dá as coordenadas, e, vc, Cícero, é uma delas, ao lado de Caetano, produzindo belezas em versos e prosas!
    Avante "pra riba", sempre!

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  5. Irretocável o texto. E a pergunta final me angústia há tempos.

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  6. Meus caros,

    Não penso que o artigo do Fernando de Barros e Silva seja de direita.

    Que direita defenderia, por exemplo, “o compromisso com a redução das desigualdades [...], e a defesa da democracia e do pluralismo, tudo combinado numa perspectiva reformista, que se paute por realismo sem abrir mão de princípios”?

    Que direita reconheceria que “existe uma maioria bem intencionada entre os participantes do Fórum”?

    Será o artigo de direita, somente porque defende também o combate à corrupção em todas as suas formas? Então ser contra a corrupção é um privilégio da direita? Então a esquerda pode ser indiferente à corrupção e aos corruptos?

    A meu ver, quem pensa assim merece, de fato, ser criticado pela esquerda por dar a – falsa – impressão de que a esquerda é composta de idiotas ou de espertalhões.

    Ou será o artigo de direita porque critica a indiferença dos que teimam em ignorar o caráter ditatorial do regime de Fidel Castro e o caráter cada vez mais repressivo do de Hugo Chávez?

    Eu sou de esquerda e não aceito o silêncio de outros esquerdistas nem em relação ao corruptos – quando lhes convém – nem em relação a ditadores ou protoditadores.

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  7. Cicero,
    Talvez eu não entenda muito bem as linhas de demarcação entre esquerda e direita atualmente...aliás, quem entende? Você, junto com Caetano(brilhante), diz que não concorda com as propostas de esquerda de Zizek, por insinuarem um "aval" aos atos de violência experimentados no passado(fracassado), no entanto, acabo de ler em seu blog um artigo do NYT, onde Slavoy critica as "técnicas de tortura" utilizadas pelos americanos...Agora, leio este artigo sobre esquerda que insiste em criticar o forum, e insinuá-lo como uma pata dos ovos de ouro...será que o "lulismo" é mesmo uma ameaça à democracia? Será que isso não é reacionarismo dos conservadores? Será que o forum, não é um dos poucos movimentos efetivos de esquerda???
    Sigo lendo no escuro, mas lendo...
    Traga-me luz, Cicero! Confio em você.
    abraço.

    Zé Ninguém.

    PS- se outros quiserem comentar,fiquem à vontade.

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  8. Caro Zé Ninguém,

    Infelizmente, eu também leio no escuro. Não podemos é fingir – como os participantes do Forum que o Fernando de Barros e Silva critica – que temos a luz que não temos.

    Postei o artigo de Zizek porque concordo inteiramente com ele, quando critica os horrores do terrorismo de Estado praticado por Bush. Contudo, Zizek tem dois pesos e duas medidas: ele não condena do mesmo modo o terrorismo de Estado praticado por Stalin ou por Mao. Ao contrário: em Iraq: The borrowed kettle, ele afirma: “Antes o pior terror stalinista do que a mais liberal democracia”. Isso, para mim, é inadmissível. Um dos piores exemplos do terror stalinista foi, por exemplo, o que foi praticado na Camboja de Pol Pot. Você já leu os documentadíssimos relatos sobre as torturas que lá ocorriam? Dão náusea e revolta. Como pode Zizek, que vive em democracias liberais, dizer que estas são piores do que aquele inferno? Não creio que Lula ou a maior parte dos lulistas pense como ele. Mas alguns – que participaram do Forum – certamente pensam. E não se pode deixar de criticar isso.

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  9. esquerda, centro, direita, centroesquerda, centrodireita...
    parece que o poder acaba por rasurar todas as diferenças.
    penso que a maioria dos governos que se dizem democráticos não o são. E não falo apenas de Chavez ou Fidel. um governo que tortura, como fez o governo americano, pode ser chamado de democrático?
    os governos europeus que se fecham aos imigrantes, que os perseguem, podem ser chamados de democráticos?
    onde estão as democracias?
    o sistema eleitoral que as sustenta não elegem quadros que representem as aspirações de seus povos.
    No caso específico do Brasil, acho difícil acreditar que esse sistema eleitoral algum dia vai eleger um congresso que tenha “o compromisso com a redução das desigualdades [...], e a defesa da democracia e do pluralismo, tudo combinado numa perspectiva reformista, que se paute por realismo sem abrir mão de princípios”.
    Fico com a máxima anarquista: "Hay gobierno? Soy contra!

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  10. corrigindo a concordância:
    o sistema eleitoral que as sustenta não ELEGE...

    abraço!

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  11. "metáforas imbuídas de uma virulência “lacerdista” - boa para sua platéia específica, mas ruim como informação e péssima para uma análise que busque isenção."

    1. a única virulência e tipicamente "larcedista" até agora é a sua, ora pois...

    2. platéia especificia? até onde eu sei é a primeira vez por aqui que vejo um artigo nesse tom, e de que platéia se refere? vc faz parte dela? ou tudo mundo que comenta aqui, menos vc, é quem faz? não acho que exista platéia aqui, pq o circo de AC é outro (não lhe mostro todos os bichos que tenho etc.etc)

    3. "análise que busque isenção" como assim? que tal fazer um comentário que busque isenção? isenção é fraqueza de espirito. achei o post muito bom.

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  12. o artigo publicado não é de direita. é um puxão de orelha na esquerda.
    sempre achei esquisito a esquerda fazer vista grossa aos arbítrios da antiga urss, de fidel, de lênin, etc.
    as vezes sinto que no brasil a esquerda (não o ideário de esquerda, mas os tecnocratas de esquerda) se direitizou. como hugo chavez vem fazendo na venezuela.
    na minha ignorância (no bom sentido - não me sinto deveras capaz de travar um embate filosófico-ideológico sobre o tema), o problema da esquerda está no conflito entre sua ideologia e a prática do poder.
    poder é de direita, porque muito tempo esteve com ela. entretanto, isso não justifica os mensalões, ou as arbitrariedades de chavez.
    mas de alguma forma, aponta para o fato de haver uma luta desigual entre tais forças.
    sim, a linha é tênue, trêmula, e quase que invisível.
    o poder econômico desequilibra o jogo democrático. não tenho respostas, não sei para onde a esquerda vai.
    mas acho que o controle social das atitudes de esquerda (como o artigo ora publicado, por exemplo)devem ser maiores, até para se manter uma coerência com o sistema democrático. talve seja esse controle que venha a ajudar, na prática, o ideário de esquerda a ter forças para conter o poder econômico - esse sim, pilar de sustentação da direita, mas sem o qual, o poder político não tem forças para existir.
    uau!!!! acho q filosofei demais...
    enfim, desde de criança q me dizem q a diferença entre esquerda e direita é a seguinte: a direita quer q tudo fique como está, e a esquerda quer que as coisas mudem.
    por isso sempre fui de esquerda - mas de olho aberto, muito aberto; porque as mudanças em que acredito só ocorrem em um ambiente democrático.

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  13. A aporia da modernidade está em instaurar uma espécie de preseteísmo na sua própria definição. Em uma perspectiva histórica, senão já historiográfica, a conseqüência imediata disso é uma suspensão dos pretensos efeitos consumativos dos ciclos, fases ou períodos. O continuum da modernidade estaria então permanentemente disposto a resolver por si mesmo suas defasagens, tornando despiciendo os posterismos que pretendessem condená-la a estar concluída ou superada (pós-modernidade e seus genéricos). Assim a modernidade ostentaria em sua estrutura algo como uma válvula de proteção contra as filosofias consumativas que buscassem, no arco dos projetos políticos, horizontes a serem transpostos e deixados para trás. Socialismo e comunismo eram então pensados como bifurcações conjecturais do mesmo caminho moderno, e não como superações dele. A idéia de projeto – lembremos: projecto para os portugueses, projectus para os romanos – comporta o prefixo pro (para frente) e substantivo jectus (lançado). A lógica metafórica é assaz sedutora por conjugar espaço e tempo: o lugar nenhum da utopia (o u-topos) é figurado como um horizonte de realização futura que se deslocaria conosco à medida que caminhamos. Ora, o colapso desastroso do socialismo real arrefeceu esses efeito prospectivo das utopias e recrudesceu um certo pragmatismo inescrupuloso, disposto a tolerar a corrupção como uma espécie de custo operacional da política. O futuro transgeracional foi abandonado pela gestão das agruras do aqui e agora. Diante dos grupos de pressão por demandas pontuais e corporativas, os partidos políticos tornaram-se obsoletos ou simplesmente passaram a agenciar essa nova clientela. Tolerar isso, em nome de “sonhos e lutas” poderia ser uma ingenuidade atroz se antes já não fosse algo colidente com os postulados de razão, autonomia e igualdade preconizados pela própria modernidade. Impotentes e medusados, assistimos no Brasil ao conluio de afirmação de uma nova burocracia de privilégios. E assim como ocorrera com os soviéticos, é essa burocracia que rege a dicção oficial sobre a urgência e a dignidade das melhores causas, hoje facilitada pelo curinga retórico dos direitos humanos. Nesse quadro, destaca-se o toque, digamos, barroco dos rituais de confirmação das “afinidades seletivas”. Afinal, para que “esperança vença o medo” é preciso muito carisma (aqui na acepção weberiana) para harmonizar em um mesmo personagem Odorico Paraguaçu e Sassá Mutema, sobretudo quando a eminência parda de um certo Dirceu, sem a ingenuidade fanha e caricata do Borboleta, ronda os palácios como um Richelieu caipira.

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  14. Caro Cícero, O Marcone fez um comentário ao meu comentário e eu gostaria de responder pelo blog, e espero que você não se incomode.

    Prezado Marcone,

    No último parágrafo do seu comentário consta:
    “3. "análise que busque isenção" como assim? que tal fazer um comentário que busque isenção? isenção é fraqueza de espirito.”

    Resposta: Se você considera uma análise que busca a isenção fraqueza de espírito, não leia esta resposta, porque eu vou lhe responder buscando isenção.
    A minha análise procura ser isenta justamente porque procura analisar.
    Uma análise que não busca a isenção não é análise, é um mero discurso ideológico que procura enfiar a realidade numa forma de bolo, e que, ao terminar, prova apenas que o bolo tem o formato da sua forma.
    Análise isenta não é fraqueza de espírito, mas a análise que não busca a isenção tem um conteúdo sem espírito por ser pré-moldada.
    Aliás, ela não é sequer uma análise, é apenas uma afirmação que atende a uma verdade pré-fabricada.
    Assim, em nome das verdades pré-fabricadas, o PT pode dizer que o Serra é o culpado pela chuva em São Paulo, o PSDB pode afirmar que o Lula é o responsável pela crise bancária norte-americana, e você também pode dizer o que quiser.

    2. platéia especificia? (sic)até onde eu sei é a primeira vez por aqui que vejo um artigo nesse tom, e de que platéia se refere? vc faz parte dela? ou tudo mundo que comenta aqui, menos vc, é quem faz? não acho que exista platéia aqui, pq o circo de AC é outro (não lhe mostro todos os bichos que tenho etc.etc)

    Resposta: Você fez quatro perguntas, mas bastava a primeira: “platéia especificica? ” para eu te responder, as três perguntas seguintes foram inúteis e só vieram da tua ansiedade.
    A frase completa é:
    “O que eu critico é o tom do artigo, muito generalista e excessivo em julgamentos e metáforas imbuídas de uma virulência “lacerdista” - boa para sua platéia específica”

    A frase se refere à platéia que vai gostar de ouvir metáforas virulentas porque concorda com elas, e, no caso do artigo, a virulência são expressões e frases como: “os funcionários da utopia”; “Restou um lúmpen "pensante" que fez do fórum o seu negócio”; “São parasitas do Estado que adoram ressuscitar o fantasma neoliberal diante de plateias embasbacadas para manter viva a sua boquinha.”, e, por fim, a pergunta: “Será possível ainda ser de esquerda sem parecer idiota ou espertalhão?”.
    Aliás, estas virulências contra os idiotas e espertalhões colidem com a primeira frase do último parágrafo do artigo: “Não há dúvida de que existe uma maioria bem intencionada entre os participantes do fórum”.
    Você entendeu ?

    1. a única virulência e tipicamente "larcedista"(sic) até agora é a sua, ora pois...

    Resposta: Quanto a essa afirmação, me desculpe, mas me deu a impressão de que você não sabe o significado da palavra virulência nem que eu me referia ao estilo do Carlos Lacerda. Se estas minhas impressões sobre o seu desconhecimento estão erradas, gostaria que você me apontasse onde está a virulência lacerdista no comentário que eu havia feito ?

    Reafirmo a minha opinião: o artigo é agressivo e superficial.

    Um Abraço,
    JR.

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  15. Esse cenário é realmente desanimador.

    Aproveito para indicar o ensaio "As Algaravias de Waly Salomão", do poeta e crítico Roberto Zular, publicado na edição eletrônica da revista Modo de Usar, em www.revistamododeusar.blogspot.com

    Grande Abraço!

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  16. Caros amigos,

    Como vocês sabem, sou não apenas participante do debate, mas também moderador.

    E é nesta qualidade que percebo que cada um de nós já exprimiu claramente a sua posição em torno do artigo em questão.

    A partir de agora, será difícil que alguém mude de opinião no calor do debate. Ao contrário, o provável é que cada qual simplesmente repita de modo cada vez mais empedernido e acirrado a posição que já expôs, sem adicionar nada de realmente novo ao que já disse.

    Para cada um de nós será mais proveitoso agora refletir friamente, consigo mesmo, sobre o que já foi dito pelos outros.

    Sendo assim, o que proponho é que simplesmente descontinuemos esta discussão e passemos adiante, para outros temas, noutras postagens.

    Abraços

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  17. A RAZÃO DO ESTADO
    CAPACHOS DOS CARGOS EM CONFIANÇAS
    SINDICALISMO DO ESTADO
    NEGOCIATAS...
    somente os autêntico movimentos sociais em nome da DEMOCRACIA feita da luta efetiva dos trabalhadores e do Povo podermos ter:
    PÃO E POESIA! MARLAMMÉ E HAROLDO DE CAMPOS...CICERO..MARIO QUINTANA NO VENTRE DA CULTURA BRASILEIRA...

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  18. talvez haja uma "esquerda" que não esteja em partidos e nem se auto intitule assim...

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  19. Sou de esquerda mas odeio autoritarismo e por isso agradeço o puxão de orelha.

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