15.1.10

Fernando Pessoa/Ricardo Reis: "Já sobre a fronte vã"




Já sobre a fronte vã se me acinzenta
O cabelo do jovem que perdi.
Meus olhos brilham menos,
Já não tem jus a beijos minha boca.
Se me ainda amas, por amor não ames:
Traíras-me comigo.



PESSOA, Fernando. "Ficções do interlúdio / Odes de Ricardo Reis". Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.

8 comentários:

  1. Cicero,

    Por isso e por outras é considero Fernando Pessoa o maior entre os maiores. Bravo! Grato por compartilhar! Desconheço um outro poeta (pode ser até por ignorância) que mergulhe tão profundo em si, em seu "eu"... Sem falar da técnica e do domínio pleno da Língua Portuguesa. Pessoa é para a poesia assim como Shakespeare é para o teatro (obviamente, para mim!)


    Grande abraço,
    Adriano NUnes.

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  2. "É g r a ç a s à morte que a amizade se pode declarar. Nunca antes, nunca diferentemente. E nunca, a não ser rememorando-se" (Derrida, Polítiques de l'amitié).

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  3. Cicero,

    Um poema:


    "Haiti"


    Terremoto.
    A garganta
    Da tragédia
    Tudo engole.
    Deus existe

    De propósito.
    Muita dor.
    Muito medo.
    Muitos mortos
    Sem escala.

    Sangue, lágrima,
    Caos, concreto.
    Depois passa...
    Pelo Inmetro
    Lá do céu.


    Grande abraço,
    Adriano Nunes.

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  4. Antonio,


    Estive ausente um pouco, mas adoro vir aqui ao seu blog e encontrar tesouros como esse poema e os seus artigos. Parabéns!

    Deixo aqui um poema que fiz hoje:

    "Depois, tudo"

    Uma mão
    Leva a outra
    A querer

    Percorrer
    os caminhos
    Da ilusão.

    Pelo tato,
    Toque a toque,
    Só roçando

    O poema,
    Todo vate
    Vive assim.

    Feito mágica,
    A palavra
    Sempre some.

    Depois, tudo
    Vinga. Além,
    Será sonho?

    Beijos,
    Cecile.

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  5. Engraçado...
    Em meu tempo de ignorância, no qual eu desconhecia Pessoa, eu arrogantemente sabia quem era a pessoa em mim.
    Os tempos passaram, fui buscar diploma na vida e, aí, conheci Pessoa e perdi-me completamente da pessoa que eu, severamente, afirmara que era.

    Bj na testa

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  6. Olá, Antonio Cícero!

    Esta é a minha primeira visita ao seu blog. Estou aqui para parabenizá-lo pelo excelente trabalho e dizer que acabei de publicar o artigo "Fernando Pessoa e os mitos" no meu blog.

    Abraço,
    Ane Montarroyos

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