21.1.09

Olivier Cadiot: "les roses" / "as rosas", trad. por Mário Laranjeira

.



as rosas
serão vermelhas
na escuridão?
pode-se pensar nas
rosas vermelhas
na escuridão



les roses
sont-elles rouges
dans l’obscurité?
on peut penser aux
roses rouges
dans l’obscurité



De: CADIOT, Olivier. In: Poetas de França hoje (1945-1995). Seleção, tradução e organização de Mário LARANJEIRA. São Paulo: Edusp, 1996.

15 comentários:

  1. Antonio,

    Belo! Pena que muitos livros de poemas que você expõe aqui são praticamente difíceis de obter... mesmo pela internet... e temos que nos contentar, muito felizes e gratos, com suas postagens!


    Beijos,
    Cecile.

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  2. Amado Cicero,

    Tinha prometido a mim mesmo dar um tempo visitando blogs de poesia, Artes, etc... para evitar fazer poemas por enquanto... O poema é lindo... mas será que "roxas" não seria melhor que "vermelhas" na tradução/transcriação?


    p.s.: se possível, responda meu email... quero dar um tempo para a poesia... vim aqui, por este motivo!

    Abraço forte!
    Adriano Nunes.

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  3. O leque delicado
    Abriu-se do meu lado
    Sorrateiro, entreabriu,
    Pode ver, pintado à mão,
    Começou o ar a levitar
    Não olhe para trás, nem tente,
    Na escuridão
    Posso ser seu albatroz
    Cor, som e voz,
    Na pele e na mente.

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  4. talvez, melhor que roxas, rubras...

    MD

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  5. Querido Cicero,

    belíssimo poema. Lembrou-me um trecho do livro do Chico Buarque, "Benjamin", onde ele poetiza sobre a escuridão, sobre como ela torna tênue a linha que separa o que se vê e o que se imagina.

    Esses dias sua poesia anda bem perto de mim. Acho que renderá bons frutos.

    Um beijo,

    A.

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  6. fico com o Laranjeira:

    na minha opinião,
    as rosas são vermelhas.

    roxo seria fúnebre e rubro seria falso.

    abraço,

    Filipa.

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  7. Amado Cicero,

    Não resisti... a Poesia é tudo para mim!



    "A ROSA"



    Rogai por vós,
    Por vossas pétalas,
    Ó flor poética!
    Voltai, por elas,


    Escol da Flora,
    A ser mais bela.
    Que vosso branco
    Seja mais alvo


    Que a própria nuvem,
    Que o bravo cravo,
    Que o lindo lírio,
    Que toda esclera.


    Nem girassóis
    Venham a ter
    Vosso amarelo.
    Nem as orquídeas,


    Tão virtuosas,
    Possam, aqui,
    Adquirir vossas
    Vestes vermelhas.


    Sempre se espelhem
    Em vosso sangue,
    Os cristalinos
    Tons dos crisântemos.


    Sempre se espalhem
    Pelos jardins,
    Os vossos pólens,
    E além, ó rosa!


    Abraço forte! Amo-te muito!
    Adriano Nunes

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  8. Cicero,

    Creio que as cores são só cores, mas os poemas requerem mais que cor ou o que elas representam: vermelhas, rosas, roxas, rubras... será que a cor implica no que as coisas são ou o poema é que precisa ter precisão poética? Para completar o meu raciocínio deixo esse poema do Arnaldo Antunes explicar melhor por mim:

    "Nome Não"
    Arnaldo Antunes



    os nomes dos bichos não são os bichos
    o bichos são:
    macaco gato peixe cavalo
    vaca elefante baleia galinha

    os nomes das cores não são as cores
    as cores são:
    preto azul amarelo verde vermelho marrom

    os nomes dos sons não são os sons
    os sons são

    só os bichos são bichos
    só as cores são cores
    só os sons são
    som são, som são
    nome não, nome não
    nome não, nome não

    os nomes dos bichos não são os bichos
    os bichos são:
    plástico pedra pelúcia ferro
    madeira cristal porcelana papel

    os nomes das cores não são as cores
    as cores são:
    tinta cabelo cinema sol arco-íris tevê

    os nomes dos sons não são os sons
    os sons são

    só os bichos são bichos
    só as cores são cores
    só os sons são
    som são, nome não
    nome não, nome não
    nome não, nome não



    Abraço forte
    Adraino Nunes.

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  9. Cicero,

    Quero deixar claro que a tradução/transcriação é muito bela e eu adoro as rosas vermelhas no poema, são perfeitas!



    Abraço,
    Adriano.

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  10. Cicero,

    Quero dizer que a palavra POLENS não tem acento... nas pressas de digitar o poema, fiquei influenciado pelo "além"...e coloquei acento...mania de gravar as tônicas poéticas!


    Abraço forte!
    Adriano Nunes.

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  11. Tudo na vida é viagem.

    O importante é não estar sozinho.

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  12. Oi, Antonio! Tudo bem? Sou a Valéria que trabalhava na Record. Agora, estou em carreira solo, pelo menos por enquanto.

    Hoje, um blogueiro que conheci pela internet, e que hoje encontrei pela primeira vez pessoalmente, me falou do teu blog. Ele o visita todos os dias e adora. Disse que você posta todo dia, às vezes, mais de uma vez por dia. Vim conferir e vou voltar.

    Beijáo, tudo de bom!

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  13. olha, para mim, enquanto houver imaginação na cuca, capacidade de abstração, as rosas vermelhas serão sempre vermelhas no escuro (rs).

    (por maior a dificuldade de imaginá-las assim, de cor vermelha, na escuridão; farei um esforço - rs.)

    beijo, riqueza!

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  14. Sua poesia, que ainda não conhecia ,percebo um autor em pleno domínio da arte poética, que sabe harmonizar forma e conteúdo, sem cair no reducionismo ou nos malabarismos de linguagem. Poesia que se cumpre em meio a demandas de nosso tempo...receba agradecimentos por uma obra de qualidade como essa.

    Beijo no coração Cícero ,GRAAL

    Att : ontem lembrei muito de você recebi uma pérola que fala do Wally Salomão...que falta ele faz para tantos...

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