O amor
Estou a amar-te como o frio
corta os lábios.
A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos rios.
A inundar-te de facas,
de saliva esperma lume.
Estou a rodear de agulhas
a boca mais vulnerável.
A marcar sobre os teus flancos
itinerários da espuma.
Assim é o amor: mortal e navegável.
ANDRADE, Eugénio de. "O amor". In: PEDROSA, Inês (org.). Poemas de amor. Antologia de poesia portuguesa. Lisboa: Dom Quixote, 1015.
Obrigado, caro Arthur Claro.
ResponderExcluiron line
ResponderExcluirdo top 3 do zap
a conversa foi ca-
indo, ca-
indo, indo até
sumir no arquivo:
aqueles dois
traços azuis
de um azul vivo
mas para o espanto
em tal aplicativo
olho e vejo um oi, sumido!
será desejo ou mero algo-
ritmo?
respondo: eu? sumido? mas
dessa vez, o traço duplo
sequer se colore
da brasa dormida, vigora o cinza
e o papo morre
segue a vida no corre