PARA JOSÉ MARIO PEREIRA
No futuro,
no silêncio de uma biblioteca de vozes
que ainda não sabemos nomear,
um homem descobrirá que no Brasil - no tempo
das pestes que inquietavam a ciência -
um outro homem lia e gravava poemas
como uma cura fugaz.
Terá sido um estranho ofício, pensará
o descobridor, não fosse o alento
que aqueles poemas podiam levar
ao seu redor antigo.
No silêncio desse leitor de vozes,
uma palavra restará guardada
como uma incompreensão,
e por um instante algo daquilo
renovará a humanidade.
LEAL, Weydson Barros. "PARA JOSÉ MARIO PEREIRA".
As leituras na voz do ZM Pereira são um bálsamos nos meus dias tristes e pandêmicos
ResponderExcluirBelíssimo poema! Identifico-me com essa maneira de abafar as vozes dos “noticiários”. Poemas como oxigênio, na falta de ar dos dias, flanando pelas linhas do poeta WBL. Adoro.
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