1.1.21

Antonio Carlos Secchin: "Não, não era ainda a era da passagem"

 




Não, não era ainda a era da passagem

do nada ao nada, e do nada ao seu restante.

Viver era tanger o instante, era linguagem

de se inventar o visível, e era bastante.

Falar é tatear o nome do que se afasta.

Além da terra, há só o sonho de perdê-la.

Além do céu, o mesmo céu, que se alastra

num arquipélago de escuro e de estrela.





SECCHIN, Antonio Carlos. "Não, não era ainda a era da passagem". In:_____. Todos os ventos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.



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