Despondency
Deixá-la ir, a ave, a quem roubaram
Ninho e filhos e tudo, sem piedade. . .
Que a leve o ar sem fim da soledade
Onde as asas partidas a levaram. . .
Deixá-la ir a vela, que arrojaram
Os tufões pelo mar, na escuridade,
Quando a noite surgiu da imensidade,
Quando os ventos do Sul se levantaram. . .
Deixá-la ir, a alma lastimosa,
Que perdeu fé e paz e confiança,
À morte queda, à morte silenciosa. . .
Deixá-la ir, a nota desprendida
Dum canto extremo. . . e a última esperança. . .
E a vida. . . e o amor. . . deixá-la ir, a vida!
QUENTAL, Antero de. "Despondency". In: SÉRGIO, António (org.). Antero de Quental: Sonetos. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1963.
Bicho
ResponderExcluirNão
Sou
Frankestein,
Feito de igualdades
Criadas, inventadas,
Por um poder, coladas,
Igualadas ao nada
Sou
Mais igual uma teia de aranha
Feita de irregularidades
Tecendo seu sonho
Seu labirinto
Fortaleza para sua beleza
Nenhum compromisso(com isso)
Sou Bicho
Há, o que encerra tua beleza
princesa.