9.5.20

Antoine Emaz: "Lie, 4" / "Borra, 4": trad. por Júlio Castañon Guimarães




Borra, 4 (25.07.06)


enfim o vento
de verdade
no azul do verão
o ar
o frescor na pele e nas telhas
após dias
enfim

dias escaldantes
corpo dessorado

andava-se
em uma massa mole quente
para avançar
se empurrava o ar

no jardim raso amarelo seco






Lie, 4 (25.07.06)


enfin le vent
vrai
dans le bleu de l’été
l’air
le frais sur la peau et les tuiles
après des jours
enfin

jours plombés
corps essoré

on marchait
dans une masse molle chaude
pour avancer
on poussait l’air

dans le jardin ras jaune sec







EMAZ, Antoine. "Lie, 4" (25.07.06) / "Borra, 4" (25.07.06). In:_____. Lama, pele. Trad. por Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2012.





4 comentários:

  1. Ótima tradução, ótima tradição.

    ResponderExcluir
  2. Quarentena

    Conforme os dias
    (se) passam
    acompanhando o rio
    a madrugada
    Conforme as cores
    azuis
    Inclemente tempo
    que passa passageiro
    Continua e flutua
    e mesmo que ausente
    aqui estás
    (no màs).

    ResponderExcluir
  3. Falando em tradição... aí vai uma homenagem minha:

    AO REI(ginaldo)

    Dizem que o seu coração
    Voa mais que disco voador
    E que o seu amor
    Só tem gosto de Céu

    Vai trair o marido
    Em plena lua de mel?!

    ResponderExcluir