Foi com enorme tristeza que eu soube, há pouco, da morte do admirável poeta e performer Jorge Salomão, que foi um dos meus maiores amigos. Publico abaixo o último poema dele, que acabo de ler, em artigo de Cláudio Leal, no site da Folha de São Paulo:
:
Tem horas que pareço eu
Tem horas que pareço eu
Tem horas que pareço Man Ray
Eu sou do tamanho da minha cor
Da cor da fita do Bonfim
Tem horas que me camuflo
Tem horas que sou molusco
Tem horas que nada sei
Tem horas que sou Man Ray
Tem horas Itapagipe
Tem horas Cubana
Tem horas curtindo cena
Tem horas olhando o mar
Tem horas que nada pareço, sem chão nem teto
Tem horas vários retratos
Tem horas que sou possível
Tem horas escuridão.
Dois relógios
ResponderExcluirUm mede o tempo
O outro teu ser
Permeado entre
Os espaços
Múltiplos
Conchas coloridas
De tantas nuances
Que nem saberia descrever
Que me dizes
Do mar que é tão doce
Quanto a delícia de te ver
é do Jorge Salomão esse "Dois relógios"?
ExcluirCreio que é de Alcione, que o enviou.
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