14.3.20

Antonio Carlos Secchin: "Com todo o amor..."




“Com todo o amor...”


Com todo o amor de Amaro de Oliveira.
São Paulo, 2 de abril de 39.
O autógrafo se espalha em folha inteira,
enredando o leitor, que se comove,

não na história narrada pelo texto,
mas na letra do amor, que agora move
a trama envelhecida de outro enredo,
convidando uma dama a que o prove.

Catharina, Tereza, Ignez, Amália?
Não se percebe o nome, está extinta
a pólvora escondida na palavra,

na escrita escura do que já fugiu:
Perdido entre os papéis de minha casa,
Amaro ama alguém no mês de abril.





SECCHIN, Antonio Carlos. "Com todo o amor". In: SABINO, Paulo et al. (orgs.). A estante dos poetas. Antologia. Rio de Janeiro: Ibis Libris, 2020.
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2 comentários:

  1. Unknown8 de julho de 2020 às 07:22

    Qual o processo de distribuição da rima desse poema?

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  2. Antonio Cicero8 de julho de 2020 às 08:45

    Esse poema é composto de rimas perfeitas e de rimas imperfeitas. Simbolizando as rimas perfeitas com letras maiúsculas e as imperfeitas com letras minúsculas, o esquema seria o seguinte:
    ABAB cDcD eFe GeG

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