15.2.19

W. B. Yeats: "An Irish airman foresees his death" / "Um aviador irlandês prevê a morte"



Um aviador irlandês prevê a morte


Encontrarei meu fim no meio

das nuvens de algum céu sobejo;

os que combato, eu não odeio,

também não amo os que protejo;

Kiltartan Cross é meu país,

seus pobres são a minha gente,

nada a fará mais infeliz

do que já era, ou mais contente.

Não é por lei ou por dever,

turba ou políticos, que luto,

mas pelo afã de me entreter,

a sós, nas nuvens em tumulto.

Tudo na mente foi pesado:

nada que espere ou que recorde

vale-me a pena comparado

com esta vida ou esta morte.






An Irish airman foresees his death


I know that I shall meet my fate 

Somewhere among the clouds above; 

Those that I fight I do not hate 

Those that I guard I do not love; 

My country is Kiltartan Cross,

My countrymen Kiltartan’s poor, 

No likely end could bring them loss 

Or leave them happier than before. 

Nor law, nor duty bade me fight, 

Nor public man, nor cheering crowds,

A lonely impulse of delight 

Drove to this tumult in the clouds; 

I balanced all, brought all to mind, 

The years to come seemed waste of breath, 

A waste of breath the years behind

In balance with this life, this death.






YEATS, W.B. "An Irish airman foresees his death" / "Um aviador irlandês prevê a morte". In: ASCHER, Nelson (org.). Poesia alheia. 124 poemas traduzidos. Rio de Janeiro: Imago, 1998.


2 comentários:

  1. Morre-se assim, pelo sonho de voar. E é mais bonito que morrer pela pátria. Porque a morte de cada um nada altera no curso da vida em geral, somos muito desimportantes.

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  2. EXTRA! EXTRA!

    repetido em jornal:
    negro sem gravata
    ganha uma gravata
    mortal

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