O último poema
Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
BANDEIRA, Manuel. "O último poema". In:_____.
50 poemas escolhidos pelo autor. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
Exigente, o senhor poeta Manuel Bandeira.
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