11.3.18

Arthur Rimbaud: "Ô saisons, ô châteaux" / "Ó castelo, ó sazões": trad. de Ivo Barroso



Ó castelo, ó sazões

Ó castelo, ó sazões
Que alma é sem senões?

Ó castelo, ó sazões,

Eu fiz o mágico estudo
Da ventura, que diz tudo.

Dai-lhe vivas toda vez
Cante seu galo gaulês.

Meu anseio é coisa ida,
Ele ocupou minha vida.

Esse Encanto! o corpo e a alma
Tomou-me, trazendo a calma.

Minha canção, o que entoa?
Por ele ela foge e voa!

[Se a desventura me aperta,
A desgraça será certa.

Que seu des prezo, ai de mim!
Me leve ao mais breve fim!

– Ó Castelo, ó Sazões!]




Ô saisons, ô châteaux

Ô saisons, ô châteaux,
Quelle âme est sans défauts ?

Ô saisons, ô châteaux,

J'ai fait la magique étude
Du Bonheur, que nul n'élude.

Ô vive lui, chaque fois
Que chante son coq gaulois.

Mais ! je n'aurai plus d'envie,
Il s'est chargé de ma vie.

Ce Charme ! il prit âme et corps,
Et dispersa tous efforts.

Que comprendre à ma parole ?
Il fait qu'elle fuie et vole !

Ô saisons, ô châteaux !

[ Et, si le malheur m'entraîne,
Sa disgrâce m'est certaine.

Il faut que son dédain, las !
Me livre au plus prompt trépas !

- Ô Saisons, ô Châteaux !]




RIMBAUD, Arthur. "Ô saisons, ô châteaux"/ "Ó castelo, ó sazões". In:_____. Poesia completa. Edição bilingue. Trad. de Ivo Barroso. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995. 

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