BLOG DE ANTONIO CICERO:
poesia, arte, filosofia, crítica, literatura, política
8.10.17
Gregório Duvivier: "Plano de Poder"
É muito atual o seguinte momento do "Greg News", do Gregório Duvivier. Afinal, na semana passada, o pastor Crivella, por razões pseudo-moralistas, censurou uma exposição de arte. Como diz Gregório, precisamos estar atentos -- neste momento confuso da política brasileira -- ao perigoso plano de poder da Igreja Universal do Reino de Deus.
O último registro oficial que consegui localizar no site da Câmara dos Deputados informa que a Frente Parlamentar Evangélica possui em seus quadros 198 deputados (alguns fora de exercício, pois ocupam outros cargos) e 4 senadores.
A quantidade de deputados me chamou bastante a atenção, pois representa quase 40%.
E esse número tende a aumentar nas próximas eleições, até porque se trata de grupo que possui uma estrutura capilarizada e altamente organizada.
Como a pauta do medo vem sendo inflada diariamente (seja pela direita, seja por parte da esquerda), aliada a uma crise econômica aguda, e os sociais democratas derreteram em praça pública, o Brasil ficou sem espaços de mediação e consenso.
Ontem, vendo a excelente entrevista que Rubens Ricupero concedeu ao Roda Viva, percebi que esse vácuo de diálogo vem de longa data, tendo PSDB e PT cometido o erro de se "inimizarem" na década de 90.
Ao abrirem mão dos consensos (ato que requer tempo, esforço, paciência), deram a tônica da política nacional das duas últimas décadas: tocar "um" projeto político, sem consenso, com a ajuda do PMDB e lideranças religiosas, dando a cada um, a "sua parte", obviamente (não é preciso lembrar de Serra fazendo campanha "conservadora religiosa em 2010, ou de Lula celebrando um tratado com a Igreja Católica sobre ensono religioso nas escolas, o qual o STF recentemente tomou uma decisão absurda).
Assim, a social democracia nacional, em alguma medida, é a grande responsável pelo uso desmedido e irresponsável da ferramenta conhecido como "governo de coalizão". Desde 1995 no poder, os sociais democratas não fizeram nenhum esforço para fazer uma reforma política capaz de evitar a crise atual.
Ao tentarem culpar a lava jato fica claro o cinismo de quem fracassou mas não quer assumir seus erros.
Mas sou otimista. acho que temos as bases para uma mudança, e ela parte do esforço para conseguirmos um diálogo com todas as forças políticas.
Só vamos conseguir convencer um pastor evangélico que religião não assunto de Estado, se sentarmos para conversar com ele. Já há pastores que defendem essa separação, e eles podem ser os mediadores do diálogo.
Ricupero, ontem (ao comentar a crise entre Coréia do Norte e Trump), lembrando Santiago Dantas, disse algo que me fez pensar: em diplomacia é preciso sempre dar a chance de uma saída honrosa ao adversário.
O último registro oficial que consegui localizar no site da Câmara dos Deputados informa que a Frente Parlamentar Evangélica possui em seus quadros 198 deputados (alguns fora de exercício, pois ocupam outros cargos) e 4 senadores.
ResponderExcluirA quantidade de deputados me chamou bastante a atenção, pois representa quase 40%.
E esse número tende a aumentar nas próximas eleições, até porque se trata de grupo que possui uma estrutura capilarizada e altamente organizada.
Como a pauta do medo vem sendo inflada diariamente (seja pela direita, seja por parte da esquerda), aliada a uma crise econômica aguda, e os sociais democratas derreteram em praça pública, o Brasil ficou sem espaços de mediação e consenso.
Ontem, vendo a excelente entrevista que Rubens Ricupero concedeu ao Roda Viva, percebi que esse vácuo de diálogo vem de longa data, tendo PSDB e PT cometido o erro de se "inimizarem" na década de 90.
Ao abrirem mão dos consensos (ato que requer tempo, esforço, paciência), deram a tônica da política nacional das duas últimas décadas: tocar "um" projeto político, sem consenso, com a ajuda do PMDB e lideranças religiosas, dando a cada um, a "sua parte", obviamente (não é preciso lembrar de Serra fazendo campanha "conservadora religiosa em 2010, ou de Lula celebrando um tratado com a Igreja Católica sobre ensono religioso nas escolas, o qual o STF recentemente tomou uma decisão absurda).
Assim, a social democracia nacional, em alguma medida, é a grande responsável pelo uso desmedido e irresponsável da ferramenta conhecido como "governo de coalizão". Desde 1995 no poder, os sociais democratas não fizeram nenhum esforço para fazer uma reforma política capaz de evitar a crise atual.
Ao tentarem culpar a lava jato fica claro o cinismo de quem fracassou mas não quer assumir seus erros.
Mas sou otimista. acho que temos as bases para uma mudança, e ela parte do esforço para conseguirmos um diálogo com todas as forças políticas.
Só vamos conseguir convencer um pastor evangélico que religião não assunto de Estado, se sentarmos para conversar com ele. Já há pastores que defendem essa separação, e eles podem ser os mediadores do diálogo.
Ricupero, ontem (ao comentar a crise entre Coréia do Norte e Trump), lembrando Santiago Dantas, disse algo que me fez pensar: em diplomacia é preciso sempre dar a chance de uma saída honrosa ao adversário.
Acho que a solução pode estar por aí...
Um abraço.
Eita lugarzinho e momentinho azedos...
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