Soneto de ninar
Dorme, oceano.
Minha canção te embala
na treva lacerada
pelas constelações.
Dorme, doce terra impura.
Minha canção te cinge,
leve gesto de amor
na escuridão.
Dorme, vento
que suspende as árvores
no ar.
Durmam até as pedras
repousadas e felizes
em seu sono de pedra.
IVO, Lêdo. "Soneto de ninar". In:_____. "Crepúsculo civil". In:_____.
Poesia completa (1940-2004). Rio de Janeiro: Topbooks, 2004.
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