Desdobrando
um poema de Antonio Cícero,
por
William Soares dos Santos (Rio de Janeiro, 02 de setembro de 2016)
No
dia em que fui mais feliz,
eu
me entreguei
na
crístalo-retina
de
tua alma,
de
lá para cá não sei
onde
encontrar o
meu
corpo
sem
o teu
tempo-coração.
Caminho
ao longo do
canal
de
minhas
entranhas
plenas,
escrevo
longas
cartas
para
ninguém
que
te
reconheças
como
eu,
em
desvão.
O
inverno
no
Leblon é glacial,
como
o tremor
de
apenas
supor
o teu
abandono.
Há
algo que
jamais
se esclareceu:
quando
a noite
com
seu fulgor
fez-me
esquecer
onde
exatamente
guardei
o
meu
destino
destituído
de senãos?
Onde
guardei o leão
que
sempre cavalguei
ao
encalço de teu
último
fado,
quase
um
semi-deus?
Eu
mesmo,
esqueci
que
o destino,
quase
sempre,
me
quis só,
olhando
o mar,
mente
ao vertigo
anunciador
do
sol
que
nos consumiria
sem
saudades,
sem
amores,
barcos
embriagados
em
nossas circunstâncias,
mar,
que de tanto sal,
conservou
as
circunscrições
da
existência em teu
perímetro,
altímetro.
Onde
foi?
Que lindo! Li duas vezes. Tocante!
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