Anos, países, povos
Fogem no tempo
Como água corrente.
A natureza é espelho móvel,
Estrelas – redes; nós – os peixes;
Visões da treva – os deuses.
KHLIEBNIKOV, Vielimir. "Anos, países, povos". Trad. Augusto de Campos. In: CAMPOS, Augusto de; CAMPOS, Haroldo de; SCHNAIDERMAN, Boris. (organizadores e tradutores). Poesia russa moderna. São Paulo: Perspectiva, 2001.
Cicero,
ResponderExcluirque belo poema de Khlebnikov! Viva Augusto de Campos!
Abraçaço,
Adriano Nunes
Caro Cicero,
ResponderExcluirBorges é demais porque nunca é demais:
as coisas
A bengala, as moedas, o chaveiro,
A dócil fechadura, as tardias
Notas que não lerão os poucos dias
Que me restam, o baralho e o tabuleiro,
Um livro e entre suas folhas a esvaecida
violeta, monumento de uma tarde
Memorável, decerto, e já esquecida,
O rubro espelho ocidental em que arde
Uma ilusória aurora. Quantas coisas,
Limas, umbrais e atlas, taças, cravos,
Servem-nos como tácitos escravos,
Cegas e estranhamente sigilosas!
Nós já esquecidos, e durarão mais;
Sem nem saber que partimos, jamais.