8.6.16

Antonio Ventura: "A flauta mágica"




A flauta mágica

Ainda hoje procuro a flauta mágica.
Procuro-a nos rios, nas águas
cristalinas.

Até no suor das tempestades,
nas nuvens espessas,
procuro a flauta mágica.

Até na voz do povo,
no murmúrio de todas as gentes,
procuro a mágica flauta.

Até no sorriso da amada
e no grito timpânico
das máquinas, procuro a flauta mágica.

Na coragem do corajoso,
no sol que ilumina os dias
e no choro da criança, a flauta mágica.

Ainda hoje a procuro.
No voo livre dos pássaros
 e na garganta da sede, a flauta mágica.




VENTURA, Antonio. A educação pelo abismo. Poemas escolhidos de Antonio Ventura. Org. por Antonio Carlos Secchin. Rio de Janeiro: Topbooks, 2016.

2 comentários:

  1. Só você

    A porta abriu-se
    no apartamento ao lado
    uma tosse
    silêncio
    Nada vejo que justifique
    esse embaraço
    de imenso
    só você
    Preenche esse espaço.

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  2. E será que um dia conseguimos encontrar e tocar a flauta mágica? Me lembrou "Fábrica do poema", do querido e saudoso Waly: "sonho o poema de arquitetura ideal (...) / acordo. / e o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo." Adorei a postagem! Beijão!

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