Relâmpago
Rompe-se a escuridão quando ao olhar
para uma face o mundo se ilumina
com uma claridade repentina
capaz de, só por si, fazer brilhar
a substância tão irregular
de tudo o que se acende na retina
e através da luz se dissemina
por entre imagens vãs, até formar
um fluido movimento, uma paisagem
a que estes olhos quase não reagem
salvo se nesse instante o rosto for
transfigurado pela fantasia.
E às vezes é só isso que anuncia
aquilo a que chamamos o amor.
AMARAL, Fernando Pinto do. "Relâmpago". In:_____.
Poesia reunida 1900-2000. Lisboa: Dom Quixote, 2000.
Cicero,
ResponderExcluirobrigado por postar esse belo poema!
Abraço forte,
Adriano Nunes