Deixei a Acrópole, em Atenas,
como a encontrei.
Pisei suas pedras
olhei as sobrantes figuras derruídas
e agora parto para meu distante país.
Não o fizeram assim os persas,
os turcos,
e aquele inglês avaro
que levou seus mármores.
No topo da montanha, a Acrópole resiste.
No café da manhã, a olhava.
No entardecer, a olhava.
À noite, iluminada, a olhava.
Certa madrugada levantei-me
para (há quatro mil anos)
comtemplá-la.
Eu
— exposto a pilhagens e desmontes,
admirei sua permanência.
Um dia estarei morto.
Ela sobreviverá aos bárbaros
e aos que, como eu,
depositaram
aqui
o seu pasmo.
SANT'ANNA. Affonso Romano de. "Deixei a Acrópole, em Atenas". In: Cândido. Jornal da Biblioteca Pública do Paraná. Nº 42, Janeiro de 2015.
Cicero,
ResponderExcluirum belo poema! grato por compartilhá-lo!
Abraço forte,
Adriano Nunes