Retornos
Voltou. Não disse nada.
Mas estava claro que teve algum desgosto.
Deitou-se vestido.
Cobriu a cabeça com o cobertor.
Encolheu as pernas.
Tem uns quarenta anos, mas não agora.
Existe – mas só como na barriga da mãe
na escuridão protetora, debaixo de sete peles.
Amanhã fará uma palestra sobre a homeostase
na cosmonáutica metagaláctica.
Por ora dorme, todo enroscado.
SZYMBORSKA, Wisława.
Poemas. Tradução de Regina Przybycien. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
Cicero,
ResponderExcluirque belo poema! Amo a Szymborska! Salve!
Abraço forte,
Adriano Nunes