1.12.13
Ingeborg Bachmann: "Exil" / "Exílio": trad. por Vera Lins
Exílio
Um morto eu sou, ambulante
registrado em parte nenhuma
desconhecido no reino do prefeito
excedente nas cidades douradas
e no campo verdejante
despachado há muito
sem receber nada
Apenas o vento, o tempo e o som
que não posso viver no meio dos homens
Eu com a língua alemã
esta nuvem em torno de mim
que mantenho como casa
divago por todas as línguas
Ó como ela escurece
os tons sombrios, de chuva
só esses poucos que caem
Depois ela leva o morto para cima, a zonas mais claras.
Exil
Ein Toter bin ich der wandelt
gemeldet nirgends mehr
unbekannt im Reich des Präfekten
überzählig in den goldenen Städten
und im grünenden Land
abgetan lange schon
und mit nichts bedacht
Nur mit Wind mit Zeit und mit Klang
der ich unter Menschen nicht leben kann
Ich mit der deutschen Sprache
dieser Wolke um mich
die ich halte als Haus
treibe durch alle Sprachen
O wie sie sich verfinstert
die dunklen die Regentöne
nur die wenigen fallen
In hellere Zonen trägt dann sie den Toten hinauf
BACHMANN, Ingeborg. Trad. por Vera Lins. In: LINS, Vera. Ingeborg Bachmann. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2013.
Cicero,
ResponderExcluirque poema lindo! grato por compartilhá-lo!
Aproveito e deixo aqui o link do novíssimo clipe do querido Arnaldo Antunes que trata de palavra e composição e mudança.
http://www.youtube.com/watch?
v=N4CFyktqZEs
Abraço forte,
Adriano Nunes