O sorriso
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
ANDRADE, Eugénio de.
O outro nome da Terra. Porto: Limiar, 1989.
Devo a Arthur Nogueira o link para o maravilhoso vídeo em que o próprio Eugénio de Andrade, sorrindo, diz o seu poema. Ei-lo:
Cicero,
ResponderExcluiremocionante e belíssimo! Grato por compartilhá-lo! Feliz Ano Novo, Paz e luz! Deixo, para você, um belo poema de Miguel Torga:
Miguel Torga: "Sísifo"
Recomeça….
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
TORGA, Miguel. Diário XIII. Diário Volume XIII a XVI. Alfragide: Dom Quixote, 2011.
Abraço forte,
Adriano Nunes
Lindo.
ResponderExcluirSimples.
Direto.
Sem voz literária.
Como a poesia em carne viva é de apaixonar.
Obrigado, Cicero!