Esperando a alvorada
O pensamento é nada e o canto é tudo.
E toda vez que penso fico mudo
sem poder dizer nada ou dizer tudo
que se oculta no nada em que me penso
quando penso e sou nada, sendo tudo.
IVO, Lêdo.
Aurora. Versão bilingue, traduzida para o espanhol por Martín Lopez-Vega. Madrid: Editorial Pre-Textos, 2013.
Cicero,
ResponderExcluirobrigado por postar tão belo poema do meu amado amigo Lêdo Ivo! Salve! Salve!
Abraço forte,
Adriano Nunes
Ótima escolha, Cicero. Filosófico!
ResponderExcluirUm poema meu:
CHUVEIRO
A cascata se molda
ao que molha
— casca d'água —
se fazendo asa
do nariz a almofada
da boca sobre boca
beijo desemboca
queixo peito umbigo
Põe a mão na minha mão
abre as cortinas
e escorre a mão pelo esconderijo atrás da cachoeira
que a geleira (monstro rijo)
se desfazendo rio
Sobre o ladrilho
um ladrilho d'água
ralo em redemoinho
e a escuridão do nada.
ledo? quem ledo, ivo
ResponderExcluirquem lê sobre as paredes
e quem escuta os cânticos do dia?
um ivo, ledo, em plena voz de canto
um passarinho que canta e que convence!
a voz de espanto
do vento que o levanta
e o eterniza em canto e firmamentos
que ledo engano prantear quem não mereça
só um ledo ivo merece que o cantemos!
Estou adorando aqui, obrigada pelas belas postagens!
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