BLOG DE ANTONIO CICERO:
poesia, arte, filosofia, crítica, literatura, política
12.4.13
Entrevista a Aetano Lima
Uma entrevista minha ao nosso querido Aetano Lima teve a honra de ser o primeiro post do belo blog "A boceta de Pandora", que ele acaba de inaugurar. Deem uma olhada. O endereço é: http://aetano.blogspot.com.br.
Parabéns tanto a você quanto ao Aetano, a entrevista é muito boa!
Na pergunta em que o deísta hipotético coloca o "ser enquanto tal" como onipresente, você menciona que além do presente, "Há também o ausente, o que existe – ex-siste – mas não se encontra ante mim. E eu mesmo sou antes o oniausente do que o onipresente, pois, enquanto pensamento pensante, jamais estou presente a mim: jamais estou diante de mim."
No fim da mesma resposta, você diz que "Eu, enquanto pensamento pensante, não sou relativo, isto é, sou absoluto, apenas no sentido de que não existo". Ainda não li "O mundo desde o fim", por isso me desculpe caso já tenha sido esclarecido lá, mas como posso eu, enquanto pensamento pensante, não existir e, sem contradição, ser oniausente, se o ausente existe?
Desculpe a demora a lhe responder. Simplesmente não tive tempo para parar em casa hoje.
Veja bem: o que existe – ex-siste – é o que está fora. Fora de que? Do pensamento: do meu pensamento, seja quem eu for. O que está fora tanto pode estar presente quanto ausente. O que está presente – prae-s-ens – é o ente que está ante mim, seja quem eu for. O que está ausente – abs-ens – é o ente que não está ante mim: que não está presente.
Eu, enquanto pensamento pensante não ex-s-isto porque, evidentemente, seja quem eu for, não estou fora do meu pensamento. Exatamente por isso, não posso estar prae-s-ens, isto é, não posso, seja quem eu for, ser um ente ante mim. Nesse sentido, estou sempre abs-ens.
obrigado pela resposta. Compreendi, tem toda razão caso o ausente se aplique ao que não existe (ao que não está fora, o próprio pensamento).
Porém, você diz: "O que está fora tanto pode estar presente quanto ausente." Mas minha questão é: E o que não está fora?
O que não está fora do meu pensamento sou eu, seja eu quem for. O ausente, por outro lado, está fora do meu pensamento, ainda que não se encontre diante de mim.
Eu, que estou dentro, não posso ser o que está fora. Correto? Por isso, vejo duas possibilidades:
(1) o ausente é simplesmente o que não está diante de mim (independente da ex-sistência)
(2) ausente e presente se aplicam somente à entes que existem (entes que estão fora do meu pensamento). Logo eu, enquanto pensamento pensante, exatamente por não estar fora (não existir), não posso ter tais atributos.
Que magnífica entrevista! É sempre muito bom ler-te, Cícero. Sempre! Grande abraço.
ResponderExcluirCicero,
ResponderExcluirsua inteligência é ambrosia! Salve!
Abraço forte,
Adriano Nunes
Cicero,
ResponderExcluirParabéns tanto a você quanto ao Aetano, a entrevista é muito boa!
Na pergunta em que o deísta hipotético coloca o "ser enquanto tal" como onipresente, você menciona que além do presente, "Há também o ausente, o que existe – ex-siste – mas não se encontra ante mim. E eu mesmo sou antes o oniausente do que o onipresente, pois, enquanto pensamento pensante, jamais estou presente a mim: jamais estou diante de mim."
No fim da mesma resposta, você diz que "Eu, enquanto pensamento pensante, não sou relativo, isto é, sou absoluto, apenas no sentido de que não existo". Ainda não li "O mundo desde o fim", por isso me desculpe caso já tenha sido esclarecido lá, mas como posso eu, enquanto pensamento pensante, não existir e, sem contradição, ser oniausente, se o ausente existe?
Abraço,
Erick
Caro Erick,
ResponderExcluirDesculpe a demora a lhe responder. Simplesmente não tive tempo para parar em casa hoje.
Veja bem: o que existe – ex-siste – é o que está fora. Fora de que? Do pensamento: do meu pensamento, seja quem eu for. O que está fora tanto pode estar presente quanto ausente. O que está presente – prae-s-ens – é o ente que está ante mim, seja quem eu for. O que está ausente – abs-ens – é o ente que não está ante mim: que não está presente.
Eu, enquanto pensamento pensante não ex-s-isto porque, evidentemente, seja quem eu for, não estou fora do meu pensamento. Exatamente por isso, não posso estar prae-s-ens, isto é, não posso, seja quem eu for, ser um ente ante mim. Nesse sentido, estou sempre abs-ens.
Abraço
Caro Cicero,
ResponderExcluirobrigado pela resposta. Compreendi, tem toda razão caso o ausente se aplique ao que não existe (ao que não está fora, o próprio pensamento).
Porém, você diz: "O que está fora tanto pode estar presente quanto ausente." Mas minha questão é: E o que não está fora?
O que não está fora do meu pensamento sou eu, seja eu quem for. O ausente, por outro lado, está fora do meu pensamento, ainda que não se encontre diante de mim.
Eu, que estou dentro, não posso ser o que está fora. Correto? Por isso, vejo duas possibilidades:
(1) o ausente é simplesmente o que não está diante de mim (independente da ex-sistência)
(2) ausente e presente se aplicam somente à entes que existem (entes que estão fora do meu pensamento). Logo eu, enquanto pensamento pensante, exatamente por não estar fora (não existir), não posso ter tais atributos.
Grande abraço,
Erick
Obrigado, Cicero e Erick.
ResponderExcluirAbraços.
Caro Erick,
ResponderExcluirMinha ideia foi simplesmente a seguinte:
1. O que existe pode estar ausente ou presente.
2. O que não existe não pode estar presente; ora, o que não está presente está ausente.
Então nesse caso o ausente pode se aplicar tanto ao que não existe quanto ao que existe!
ResponderExcluirObrigado Cicero,
Grande abraço!