Poema
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
CESARINY, Mário.
Pena capital. Lisboa: Assírio & Alvim, 1957.
Madrugada
ResponderExcluircaminho
e nesse caminho
sou pedra a saltar
Vês, não é ali, a lua
a nos olhar
em qualquer tempo
em qualquer lugar
fez-se noite
fez-se ocaso
fez-se bela
ao acaso
entre murmúrios
canções e lírios
fez-se dia
que partia
só prá ver a madrugada
fez-se noite, fez-se noite
só prá ver a madrugada
inspirador ao extremo.
ResponderExcluirCicero,
ResponderExcluirmuito obrigado por compartilhar tão belo poema que eu desconhecia! Viva!
Abraço forte,
Adriano Nunes